Eis a visão da “profetisa do Reno”, Santa Hildegarda de Bingen (1098 —
1179).
“No ano de 1170 depois do nascimento de Cristo, estive durante longo tempo doente na cama. Então, física e mentalmente acordada, vi uma mulher de uma beleza tal que a mente humana não é capaz de compreender.
“A sua figura erguia-se da terra até ao céu. O seu rosto brilhava com um esplendor sublime. O seu olhar estava voltado para o céu.
“Trajava um vestido luminoso e fulgurante de seda branca e uma manto guarnecido de pedras preciosas. Nos pés, calçava sapatos de ónix.
“Mas o seu rosto estava salpicado de pó, o seu vestido estava rasgado do lado direito. Também o manto perdera a sua beleza singular e os seus sapatos estavam sujos por cima.
“Com voz alta e pesarosa, a mulher gritou para o céu: ‘Escuta, ó céu: o meu rosto está manchado! Aflige-te, ó terra: o meu vestido está rasgado! Treme, ó abismo: os meus sapatos estão sujos!’
“E continuou: ‘Estava escondida no coração do Pai, até que o Filho do Homem, concebido e dado à luz na virgindade, derramou o seu sangue. Com este sangue por seu dote, tomou-me como sua esposa.
“Os estigmas do meu esposo mantêm-se em chaga fresca e aberta, enquanto se abrirem as feridas dos pecados dos homens.
“Este facto de permanecerem abertas as feridas de Cristo é precisamente por culpa dos sacerdotes.
“Estes rasgam o meu vestido, porque são transgressores da Lei, do Evangelho e do seu dever sacerdotal.
“Tiram o esplendor ao meu manto, porque descuidam totalmente os preceitos que lhes são impostos.
“Sujam os meus sapatos, porque não caminham por estradas direitas, isto é, pelas estradas duras e severas da justiça, nem dão bom exemplo aos seus súbditos.
“Em alguns deles, porém, encontro o esplendor da verdade”.
“E ouvi uma voz do céu que dizia:
‘Esta imagem representa a Igreja. Por isso, ó ser humano que vês tudo isto e ouves as palavras de lamentação, anuncia-o aos sacerdotes que estão destinados à guia e à instrução do povo de Deus, tendo-lhes sido dito, como aos apóstolos: ‘Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura’ (Mc 16, 15)’”.
(Fonte: Carta a Werner von Kirchheim e à sua comunidade sacerdotal: PL 197, 269ss)
“No ano de 1170 depois do nascimento de Cristo, estive durante longo tempo doente na cama. Então, física e mentalmente acordada, vi uma mulher de uma beleza tal que a mente humana não é capaz de compreender.
“A sua figura erguia-se da terra até ao céu. O seu rosto brilhava com um esplendor sublime. O seu olhar estava voltado para o céu.
“Trajava um vestido luminoso e fulgurante de seda branca e uma manto guarnecido de pedras preciosas. Nos pés, calçava sapatos de ónix.
“Mas o seu rosto estava salpicado de pó, o seu vestido estava rasgado do lado direito. Também o manto perdera a sua beleza singular e os seus sapatos estavam sujos por cima.
“Com voz alta e pesarosa, a mulher gritou para o céu: ‘Escuta, ó céu: o meu rosto está manchado! Aflige-te, ó terra: o meu vestido está rasgado! Treme, ó abismo: os meus sapatos estão sujos!’
“E continuou: ‘Estava escondida no coração do Pai, até que o Filho do Homem, concebido e dado à luz na virgindade, derramou o seu sangue. Com este sangue por seu dote, tomou-me como sua esposa.
“Os estigmas do meu esposo mantêm-se em chaga fresca e aberta, enquanto se abrirem as feridas dos pecados dos homens.
“Este facto de permanecerem abertas as feridas de Cristo é precisamente por culpa dos sacerdotes.
“Estes rasgam o meu vestido, porque são transgressores da Lei, do Evangelho e do seu dever sacerdotal.
“Tiram o esplendor ao meu manto, porque descuidam totalmente os preceitos que lhes são impostos.
“Sujam os meus sapatos, porque não caminham por estradas direitas, isto é, pelas estradas duras e severas da justiça, nem dão bom exemplo aos seus súbditos.
“Em alguns deles, porém, encontro o esplendor da verdade”.
“E ouvi uma voz do céu que dizia:
‘Esta imagem representa a Igreja. Por isso, ó ser humano que vês tudo isto e ouves as palavras de lamentação, anuncia-o aos sacerdotes que estão destinados à guia e à instrução do povo de Deus, tendo-lhes sido dito, como aos apóstolos: ‘Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura’ (Mc 16, 15)’”.
(Fonte: Carta a Werner von Kirchheim e à sua comunidade sacerdotal: PL 197, 269ss)