“Desejo que a festa das Minhas Santas Chagas seja celebrada por todos em vós em vossas famílias... Minha Mãe mandará este NOSSO servo (Marcos Tadeu) compor uma Ladainha em Honra das Minhas Santas Chagas, bem como uma Novena, para que a leveis no próximo mês... e então, Eu lhes darei a Minha Benção e a Minha Paz... o Meu Sangue ungirá e Se derramará sobre as famílias que a fizerem... a todos hoje abençoo...” (NOSSO SENHOR JESUS CRISTO – Maio/2002)
No dia 15 de junho de 2002 (22 de junho deste ano 2012), será celebrada, por
ordem de Nosso Senhor e Nossa Senhora nas Aparições de Jacareí, a Festa das
Chagas de Nosso Senhor Jesus e de Maria Santíssima. Como foi pedido, essa festa
deverá ser celebrada em família. Portanto, que se faça a Novena, a Ladainha e o
Terço das Santas Chagas durante os nove dias precedentes, e várias vezes no dia
da festa. Que se leiam e meditem também as várias Mensagens que Nosso Senhor e
Nossa Senhora deram sobre as Suas Santas Chagas, sobre o Terço e a Festa, para
que nossas almas estejam completamente absortas do Espírito desta Festa no dia
da mesma. Para os nove dias da Novena, que vão do dia 07
de Junho ao dia 15 de Junho de 2002 (13 de Junho ao dia 21 de
Junho de 2012), Nossa Senhora recomendou que fosse rezada a Via Sacra das Santas Chagas
(página 992 do livro das Aparições de Jacareí). (Texto extraído do Jornal
Mensal das Aparições de Jacareí – Maio de 2002)
NOVENA DAS SANTAS CHAGAS DE NOSSO
SENHOR JESUS CRISTO
DE: 13 A 21 DE JUNHO DE 2012
Via Sacra das Santas Chagas de Nosso
Senhor Jesus Cristo
1º Estação:Jesus é condenado à Morte
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo,
flagelado, coroado de espinhos, repudiado por Seu povo e condenado à morte
cruel e ignominiosa na Cruz, para expiar os pecados do gênero humano. Pelos
Méritos das Chagas de Jesus, concedei-nos o perdão de nossos pecados e faltas,
e fazei com que os agonizantes achem Misericórdia junto de Vós. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
2º Estação:Jesus carrega a Cruz para o calvário
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço a Chaga profunda e dolorosa do Santo Ombro de
Jesus, sobre a qual se apoiava tão pesadamente o fardo esmagador da Cruz. Pelos
Méritos desta Chaga, concedei-nos a contrição perfeita de nossos pecados e a
Graça de aceitarmos com Paz e mansidão de espírito todas as cruzes que Vos
aprouver enviar-nos. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
3º Estação:Jesus cai pela primeira vez
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo ,
caído sob o peso esmagador da Cruz. Pelos Méritos desta primeira queda e das
Santas Chagas de Jesus, eu Vos peço que nos concedais a Graça de começar uma
nova vida de fervor e de amor, e de andar com passo firme e constante no
caminho dos Vossos Mandamentos. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
4º Estação:Jesus encontra-se com Sua Mãe Dolorosa
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, que
transpassaram com uma espada de Dor o Coração Amantíssimo de Sua Santíssima
Mãe, quando Ela O encontrou carregado a Cruz a caminho do Calvário. Pelos
Méritos da angústia dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria, e pelas Santas
Chagas de Jesus, concedei-nos a contrição perfeita de nossos pecados, agora e
na hora de nossa morte. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
5º Estação:Jesus é ajudado pelo Cirineu
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as Santas chagas tão profundas de Nosso
Senhor Jesus Cristo que Lhe esgotaram o Sangue e as forças de modo que Seus
inimigos, apesar de sua crueldade, foram obrigados a fazer com que o Cirineu O
ajudasse. Pelos Méritos das Santas Chagas de Jesus e por Seu esgotamento total,
concedei-nos o verdadeiro espírito de penitência, e de amor à Santa Cruz. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
6º Estação:Verônica enxuga o rosto de Jesus
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas da Santa Face de Jesus, que O
tornaram semelhante a um leproso, disforme e sem beleza, ou segundo a palavra
do profeta: " como um objeto de quem agente se afasta... como alguém de
quem se vira o rosto!" Pelos Méritos das Santas Chagas de Jesus, purificai
, eu Vos suplico, a face de minha alma e dai-me como a Santa Verônica , um
coração bom e compassivo para com o próximo. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
7º Estação:Jesus cai pela segunda vez
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo,
reabertas e reavivadas por suas quedas repetidas. Pelos Méritos desta segunda
queda tão dolorosa e das Santas Chagas de Jesus, preservai-me das reincidências
no pecado, e concedei-me a Graça de por em prática os meios eficazes que a
Vossa Misericórdia me concede, para me corrigir de meus defeitos e maus
hábitos. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
8º Estação:Jesus consola as mulheres
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo,
comoveram as piedosas mulheres de Jerusalém que choravam de compaixão vendo-O
tão maltratado e desfigurado. Em nome das Santas Chagas de Jesus, volvei um
olhar de Misericórdia sobre os filhos de Israel, a fim de que reconhecendo O
seu Divino Messias, tenham parte no Grande Benefício da #0000FFenção, e se
tornem apóstolos zelosos de Cristo. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
9º Estação:Jesus cai pela terceira vez
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo,
agravadas e aumentadas pela violência desta queda tão Dolorosa, que excitou a
cólera e zombaria de Seus inimigos. Pelos Méritos desta Terceira Queda e das
Santas Chagas de Jesus, preservai-me da cegueira espiritual e concedei a todos
os Vossos Sacerdotes, aos Vossos Religiosos e Religiosas a Graça de andar com
passo firme e constante no caminho da abnegação e da renúncia a si próprios.
Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
10º Estação:Jesus é despido de Suas vestes
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas abertas do Sagrado Corpo de Jesus,
gotejando Sangue, depois de ser desumanamente despojado de Suas vestes que
estavam coladas a Sua Carne. Pelos Méritos das Santas Chagas de Jesus e da
confusão que experimentou, concedei-me a Santa Humildade e um completo desapego
de mim mesmo. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
11º Estação:Jesus é pregado na Cruz
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas tão torturantes das Mãos e dos Pés
de Nosso Divino Salvador, e a dor de Sua Cabeça Adorável que a cada golpe do
martelo pulava e recaía com toda a força de encontro ao madeiro da Cruz. Pelos
Méritos das Dores indescritíveis de Jesus, e pelas Sua Santas Chagas,
transpassai com um raio de Vossa Graça os corações endurecidos dos infiéis e
dos pecadores obstinados, e conduzi todos, contritos e humilhados, aos pés da
Cruz de Vosso Filho Bem Amado. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
12º Estação:Jesus morre na Cruz
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas Sagradas de Vosso Filho Bem Amado,
agonizando sobre a Cruz, as torturas lancinantes de Sua Cabeça adorável,
Coroada de Espinhos , de Suas Mãos e Seus Pés transpassados por grossos cravos,
e de Seu Corpo todo entregue a sofrimentos indescritíveis. Em nome e pelas
Santas Chagas de Jesus, livrai , nós Vos suplicamos, as almas do Purgatório;
fazei Misericórdia aos agonizantes e fazei desaparecer todos os nossos pecados
no abismo insondável de Vossa Divina Misericórdia. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
13º Estação:Maria recebe em Seus Braços Nosso Senhor todo chagado e
transpassado pela lança
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa
Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo,
deposto nos Braços de Sua Mãe Santíssima. Ó Rainha dos Mártires , imprimi em
meu coração as Chagas de Jesus Crucificado. Ensinai-me a meditar como Vós , Sua
Coroa de Espinhos, Suas Mãos e Pés transpassados, Seu Lado aberto pela lança, e
Seu corpo inteiro pisado , lavrado pelas chicoteadas da flagelação. Pelos
Méritos das Santas Chagas de Jesus, alcançai-me Ó Mãe Querida, a contrição
perfeita de meus pecados, agora e na hora da morte. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
14º Estação:Nossa Senhora acompanha Seu Divino Filho à sepultura
"Nós Vos adoramos, Ó Cristo e Vos bendizemos, porque pela Vossa
Santa Cruz Remistes o mundo."
Pai Eterno, eu Vos ofereço as Chagas do Corpo Sagrado de Jesus, deposto
no sepulcro; desse Corpo a respeito do qual , o profeta Isaías nos diz que
" das planta dos Pés ao alto da Cabeça, nada tinha de são... era todo
ferido, magoado de Chagas Vivas que não foram tratadas , nem curadas, nem
abrandadas com óleo." Pelos Méritos das Santas Chagas de Jesus, tende
piedade de minha alma quando ela se separar de meu corpo. Não sejais o meu
Juiz, mas meu Salvador. Amém.
"Senhor Jesus, perdão e Misericórdia pelos méritos de Vossas Santas
Chagas!"
Oração Final: " Amabilíssimo Jesus, meu Deus e Salvador, única
felicidade de minha alma, confesso que ainda que eu Vos amasse com o amor que
Vos tem os Serafins , não corresponderia ao Amor com que por mim derramastes o
Vosso Preciosismo Sangue e destes a Vossa Santíssima Vida. Mas, ai de mim que
até agora só Vos tenho ofendido por minha grande culpa! Ofereço-Vos , Redentor
Amabilíssimo, esta breve meditação da Vossa Sagrada Paixão e Morte, em prova do
meu amor e da minha gratidão, em união com a compaixão de Vossa Bendita Mãe e
de todos os Santos e Anjos. Abençoai os bons propósitos que fiz nesta Via
Sacra. Amém."
LADAINHA DAS SANTAS CHAGAS DE NOSSO SENHOR
E DAS MÍSTICAS CHAGAS DE NOSSA SENHORA
Senhor, tende
piedade de nós.
Cristo, tende
piedade de nós.
Senhor, tende
piedade de nós.
Cristo, ouvi-nos.
Cristo,
atendei-nos.
Deus Pai, Rei dos
Céus, tende piedade de nós.
Deus Filho,
Redentor do Mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito
Santo, que Sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que Sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santíssima Virgem
Maria, Mãe das Dores, rogai por nós.
Santa Marta de
Chambon, rogai por nós.
Chagas de Cristo e
de Maria, fonte de Eterna Misericórdia, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, rio de Vida e Graça, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, propiciação por nossos pecados, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, nosso remédio Divino e salutar, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, fonte de Amor e de Salvação, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, tesouro inestimável de Graça, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, terror dos Demónios, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, que aplacais a Justa Ira de Deus Pai, curai as chagas de nossas
almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, que cancelais os Castigos Divinos, curai as chagas de nossas
almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, que destruís os planos do Demónio, curai as chagas de nossas
almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, que suscitais Santos e Mártires, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, salvação dos pecadores, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, nossa força e protecção, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, reveladas à Irmã Marta Chambon, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, penhor de salvação, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, que mudais o destino do mundo, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, força no meio da tentação, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, nosso encanto e alegria, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, Segredo de Amor e Santidade, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, salvação das famílias e da Santa Igreja, curai as chagas de nossas
almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, força dos Santos e coragem dos Mártires, curai as chagas de nossas
almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, conforto dos agonizantes, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, alivio das santas almas do Purgatório, curai as chagas de nossas
almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, reveladas em Jacareí, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, Devoção renovada em Jacareí, curai as chagas de nossas almas.
Chagas de Cristo e
de Maria, Devoção dos 'últimos tempos', curai as chagas de nossas almas.
Cordeiro de Deus,
que tirais os pecados do mundo, pelas Vossas Santas Chagas, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus,
que tirais os pecados do mundo, pelas Vossas Santas Chagas, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro de Deus,
que tirais os pecados do mundo, pelas Vossas Santas Chagas, tende piedade de
nós, Senhor!
Virgem
Co-Redentora com o Redentor, pelos Méritos Infinitos das Vossas Místicas
Chagas, rogai a Vosso Filho por nós.
Oremos: Ó Deus e Senhor Nosso, que por meio
das Aparições de Vosso Filho Jesus Cristo e da Santíssima Virgem Maria à
Bem-aventurada Irmã Marta de Chambon, e das Aparições de Jacareí, nos
revelastes o 'tesouro inestimável' das Santas Chagas de Vosso Filho e das
Chagas Místicas de Maria Santíssima, Mãe de Deus, concedei-nos que, em
virtude e por meio destas mesmas Chagas, nós sejamos curados de nossas chagas
espirituais e temporais, e cheguemos por Sua Virtude e Eficácia Eterna, à
Glória da Salvação. AMEM.
TERÇO DAS SANTAS CHAGAS MEDITADO - REVELADO À VIDENTE IRMÃ MARTA CHAMBON - REZAR TODOS OS DIAS
ROSÁRIO DAS SANTA CHAGAS DE JESUS
(Breve histórico e
Origem)
Foi Nosso Senhor Jesus
Cristo mesmo quem ensinou estas duas invocações indulgenciadas à Irmã Maria
Martha Chambon, morta em odor de Santidade em 21/03/1907, no Mosteiro da
visitação de Chamberry. Nosso Senhor fez à Irmã Martha, em favor das almas que
rezarem estas invocações, PROMESSAS consoladoras e magníficas. Ouçamos o DIVINO
Mestre:
“Minhas Chagas
repararão as vossas... Os que As honrarem, terão verdadeiro conhecimento de
Jesus Cristo...
Minhas Chagas cobrirão
todas as vossas faltas... meditando sobre elas, encontrareis sempre novo
alimento de AMOR! É necessário propagar esta devoção...
Concederei tudo quanto
me pedirem com a invocação de Minhas Chagas... Obtereis tudo, porque o Mérito
do Meu SANGUE é de um valor infinito...
Com Meu Coração e
Minhas Chagas, podeis conseguir tudo!
Este Rosário das
Chagas faz contrapeso à Minha Justiça. A cada Palavra Eu deixo cair uma ‘gota’
do Meu SANGUE’, sobre a alma de um pecador.
Deveis repetir com
frequência junto dos doentes esta aspiração:
“Meu
Jesus, perdão e Misericórdia, pelos méritos das Vossas Santas Chagas!”
Esta oração aliviará a
alma e o corpo...
Muitas pessoas
experimentarão a eficácia destas aspirações! Desejo que os Sacerdotes a dêem
com frequência aos penitentes no Santo Tribunal. O pecador que disser a oração
seguinte:
“Pai
Eterno, eu vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, para curar as de
nossas
almas...”
alcançará perdão... oferecei-Me
a miúdo estas duas aspirações, para ganhar-Me pecadores porque tenho fome de salvar almas...
Uma alma que em estado
de Graça, durante a vida honrar e meditar sobre as Minhas Chagas, e oferecê-LAS
ao Meu Pai pelas almas do Purgatório, será acompanhada, no momento da morte,
pela Santíssima Virgem, pelos Anjos e por Mim pregado à Cruz, resplandecente de
Glória... recebe-la-ei e coroá-la-ei...
As graças que recebeis
por meio destas invocações são Graças de FOGO!... Elas vêm do Céu, e é preciso
que voltem ao Céu...”
No lugar
do Credo reza-se
Ó Jesus,
DIVINO Redentor, tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro... Amém
Nas 3
primeiras contas
1ª DEUS
Santo, DEUS Forte, DEUS Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro!...
2ª
Graça! Misericórdia meu Jesus! Nos perigos presentes, cobri-nos com Vosso Preciosíssimo
SANGUE...
3ª Pai
Eterno, tende Misericórdia de nós pelo SANGUE de Jesus Cristo, Vosso Filho
ÚNICO! Tende Misericórdia de nós, VOS suplicamos!
Amém.
Amém. Amém.
Nas
contas grandes
Pai
Eterno, eu VOS ofereço as Santas Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, para
curar as de nossas almas...
Nas
contas pequenas
Meu
Jesus, perdão e Misericórdia pelos Méritos de Vossas Santas Chagas...
Nas 3
últimas contas
Pai
Eterno, eu VOS ofereço as Santas Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, para
curar as de nossas almas...
Amém
APARIÇÕES DE JESUS A MARTA CHAMBOM-VOL-1
REVELAÇÃO A DEVOÇÃO ÀS SANTAS CHAGAS
(Documentário das Aparições de Jacareí)
APARIÇÕES DE JESUS À MARTA CHAMBOM-VOL-2
DEVOÇÃO ÀS SANTAS CHAGAS DE JESUS
(Documentário das Aparições de Jacareí)
VIA SACRA DAS SANTAS CHAGAS-SANTUÁRIO DAS APARIÇÕES DE JACAREÍ/SP-BRASIL
Jacareí, 10 de maio de 2002
Mensagem de Nosso Senhor Jesus Cristo
Meu filho, diga aos Meus filhos que Eu desejo que contemplem as Minhas
Santas Chagas, e as Santas Chagas Místicas da Minha Santa Mãe constantemente, e
que tirem Delas as Graças e Tesouros para suas vidas...
As Minhas Santas Chagas são um 'manancial de Graças sem fim', e por mais
que bebam e retirem Delas as Graças do Meu Amor, jamais poderão esgotá-las ou
torná-las estéreis...As Minhas Santas Chagas são uma 'fonte de Graças tão
grande', que, por mais que uma alma bebe Nelas, jamais poderão saciar a sua
sede do Meu Amor e da Minha Misericórdia, e sempre desejarão beber mais, e,
quanto mais beberem, mais Eu ainda lhes darei... Este ciclo de Amor jamais
cessará, pois Eu desejo inebriar as almas deste Meu Amor, e fazê-las mesmo mergulhar
no 'Oceano do Meu Eterno Amor'...Eu desejo que as almas se lancem de tal forma
no Oceano do Meu amor, que se percam Nele, e nunca mais Dele saiam... e para
isso, o meio que Eu lhes dou é a Veneração e a Oração às Minhas Santas chagas e
às Santas Chagas da Minha Mãe...As Minhas Santas Chagas são um 'bálsamo' que
cada vez mais desejo derramar sobre as vossas almas, tão feridas pelos ataques
do maligno... tão desfiguradas pelo pecado... tão abatidas pelo sofrimento...
As Minhas Santas Chagas são um 'celeiro inesgotável' de lições de Amor,
de doação, de Amor ao sofrimento, de abnegação, de obediência à Vontade
Divina...As Minhas Santas Chagas são um 'raio de Luz' que desce para a terra, a
fim de rasgar as densas nuvens de pecado que a recobrem, e para iluminar as
almas perdidas e obscurecidas pelo mal, de forma que ainda possa 'brilhar' no
mundo a Luz da Verdade, da Graça e da Salvação...
Rezai... rezai... Venerai as Nossas Santas Chagas... Pedi ao Amantíssimo
Coração de São José que vos ajude a Venerar as Nossas Santas Chagas... A todos
hoje vos abençôo...
Jacareí, 06 de maio de 2002
Mensagem do Santo Anjo da Paz
"As Santas Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Maria
Santíssima têm um valor infinito... Ainda que fizessem um ato tão meritório
como o de uma década de jejum a pão e água, ou outra coisa de inestimável
valor, não poderiam satisfazer ou oferecer algo ao Pai Eterno de tão elevado
valor como as Santas Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, e as Santas Chagas Místicas
de Maria Santíssima...Marcos, diga a todos que repitam constantemente estas
duas invocações: PAI ETERNO, EU VOS OFEREÇO AS SANTAS CHAGAS DE NOSSO SENHOR
JESUS CRISTO, PARA CURAR AS DE NOSSAS ALMAS..." E também: "MEU JESUS,
PERDÃO E MISERICÓRDIA, PELOS MÉRITOS DE VOSSAS SANTAS CHAGAS..."
Todas as vezes que rezarem estas duas orações, uma 'gota' de Sangue das
Santas Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo, e uma Lágrima de Sangue de Maria
Santíssima cairá sobre a alma de um pecador... Ofereçam-Nas também pelas Almas
do Purgatório, a fim de que sejam diminuídas as suas penas, e elas possam
libertar-se de sua prisão e assim voar para a felicidade celeste... O mundo
encheu-se de chagas, causadas pela intensa atividade de Satanás, que fez com
que os homens caíssem em pecados, fazendo a humanidade parecer-se com uma
leprosa, replete de chagas e em estado de decomposição, ainda sem vida...
Portanto, para que sejam curadas estas 'chagas espirituais e morais', é preciso
que se ofereça as Santas Chagas de Nosso Senhor e da Virgem Santíssima
incessantemente ao Altíssimo, para aplacar a Sua Justa Cólera, e alcançar
misericórida... Marcos, esta é a sua Missão: espalhar, pela palavra escrita e
falada, esta Devoção salutar e indispensável às almas destes tempos, pois o mundo
precisa de almas que ofereçam as Santas Chagas em favor da raça humana...
Empregue, portanto, todas as suas forças neste Santo trabalho e ofício, pois
isto dará maior Glória a Deus, do que se você tivesse pregado e feito os
maiores milagres em todo o mundo...
Diga a todos que rezem muitos Terços das Santas Chagas, pois somente
desta forma o Altíssimo poderá perdoar os pecados do mundo, aniquilar os planos
de satanás, e impedir a extinção da raça humana..."
V. + J.
Irmã Maria-Marta Chambon
Da Visitação de
Santa Maria de Chambéry
AS SAGRADAS CHAGAS DE N. S. J. CRISTO
5ª Edição
Mosteiro da Visitação
10, RUA
BURDIM, CHAMBÉRY
1926
Deposito em Tuy: Mosteiro da Visitação
Corredera, 43
Direitos reservados
……………………………..
Chambéry, 21 de Novembro de 1923.
Por Ordem de S. G. Monsenhor Castellan, li o livro intitulado: A
Irmã Maria Marta Chambon e as Santas Chagas de N. S. J. C., e não encontrei
nada nêle que não possa dizerse em conformidade de fé e de costumes com a
doutrina da nossa Mãe, a Santa Igreja.
FR. BOUCHAGE, C. SS. R.
Censor.
IMPRIMATUR:
Chambéry, 21 Nov. 1923.
+ DOMINICUS,
Archiep. Camberiensis.
...............................................
No relato dos factos contidos neste opúsculo e na escolha das
expressões, declaramos que não queremos antecipar-nos em nada, ao juízo da
Santa Igreja, nossa Mãe, à qual estamos consagradas e submetidas do mais íntimo
dos nossos corações.
A Superiora e as Religiosas do Mosteiro da
Visitação de Santa Maria de Chambéry.
Deus seja bemdito!
.......................................................
Do Vaticano, 18 de Maio de 1924.
Reverendíssima Madre
Recebi o pequenino volume intitulado: A Irmã Maria Marta Chambon
que me enviastes para o apresentar, em humilde homenagem, ao Santo Padre.
Apresso-me a dizer·vos que Sua Santidade testemunhou por isso contentamento e
comprazeu-se nesta obrasinha. O Augusto Pontífice faz votos para que as
virtudes e a vida exemplar desta religiosa e fiel Serva de Deus sejam
largamente difundidas e conhecidas, a fim de estimular as almas a caminharem
pelas vias da perfeição. Regozija-se com o autor, enviando-lhe, assim como às
suas irmãs, a Bênção Apostólica. Emquanto a mim aproveito, com muito gôsto,
esta ocasião para agradecer-vos o exemplar que vos dignastes enviar-me e para
vos apresentar, minha Reverenda Madre, as minhas respeitosas homenagens,
subscrevendo-me, vosso muito dedicado
P. CARDEAL GASPARRI.
…………………………………………..
ARCEBISPADO DE PISA
Minha Reverendíssima Madre
Depois das augustas palavras do Santo Padre, tudo o que se diga é
supérfluo! Que me seja permitido, comtudo, dizer ao menos uma palavra para
mostrar o meu regozijo pelos radiosos auspícios sob os quais a querida
publicação progride em seu caminho e - di-lo-hei abertamente - em seu
apostolado. Eu creio - e o meu coração sente-o vivamente - as curtas páginas
que resumem a edificantíssima vida da Irmã Maria Marta Chambon, são
verdadeiramente o grãosinho de mostarda que se desenvolverá tornando-se
rápidamente uma grande árvore. Serão numerosas as àvesinhas que virão aí buscar
o seu alimento e fazer nela o seu ninho. Sofre-se tanto no mundo onde se
multiplicam as dôres e onde diminuem, de dia para dia, a resignação e a
sciência da dôr! Já não se sabe explicá-la, apreciá-la, suportá-la, aliviá-la.
Que venham pois as lições práticas duma alma na qual as Santas Chagas
derramaram tanta luz, tanta consolacão! Que essas lições ensinem a todos os que
choram, que com elas toda a lágrima é enxuta, consolada, e esperamos que seja
transformada no Eterno sorriso. A vós, minha Reverenda Mãe, e a todas as Irmãs
dessa excelente Comunidade, a bênção do vosso agradecido
+ T. CARDEAL MAFFI.
Pise, Ascensão de 1924.
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ARCEBISPADO DE CHAMBÉRY
Chambéry, 9 de Julho de 1924.
A brochura -Irmã Maria Marta e as Santas Chagas- espalha-se no
mundo piedoso com um verdadeiro sucesso de edificação. Felizes nós que vemos
assim Nosso Senhor mais amado e implorado com mais fervor. Que os males da
nossa Sociedade achem um remédio nas Chagas do nosso Salvador! Será para nós
uma grande alegria o vêr que uma modesta flôr do nosso território salesiano
tenha assim contribuído para embalsamar as chagas do mundo pelo recurso às divinas
Chagas de Jesus.
+ DOMINIQUE CASTELLAN
Arcebispo de Chambery.
...................................................
Ex.mo e Rev.mo Sr.
As Irmãs da Visitação de Santa Maria, do Mosteiro de S. Miguel de Tuy,
que antes do novo regímen, residiram no Mosteiro de S. Miguel das Aves, desta
arquidiocese e donde irradiou a luz da verdade para tantas inteligências
incultas e o suave perfume da piedade para tantas almas frias e transviadas,
educando centenares de meninas que são hoje excelentes espôsas, dedicadas mães
cristãs e muitas abraçaram a vida religiosa, seguindo o caminho da perfeição,
traduziram o opúsculo -Irmã Maria Marta Chambon (da Visitação de Santa Maria
de Chambéry) e as Sagradas Chagas de N. S. J. Cristo, acrescentando-lhe uns
- Breves Esclarecimentos sôbre a Ordem da Visitação - que sao uma
luminosa síntese das Regras e Constituïções, dadas pelos seus Santos
Fundadores - S. Francisco de Sales e Santa Joana Chantal.
Li com atenção e cuidado os dois opúsculos que formam um só livro
precioso, que merece não só a aprovação de V. Ex.ª Rev.ma, mas ainda
uma recomendação especial, porque a difusão e o conhecimento das consoladoras
doutrinas expostas com tanta simplicidade para afervorar a devoção às Chagas de
N. S. J. Cristo hão-de ser um bálsamo e um confôrto para os que sofrem e também
a “comunicação do espírito da Visitação”, que é o espírito de bondade e
doçura, de mortificação e de sacrifício, nesta sociedade mundana de egoísmos e
ódios, de gosos e prazeres, há-de contribuir eficazmente para a salvação de
muitas almas e para a honra e glória de Deus.
Braga, 29 de ]aneiro, día de S. Francisco de Sales, de 1927.
o revisor - CÓNEGO L. ALMEIDA.
IMPRIMI PERMITTITUR ET COMMENDATUR.
Bracharae, in Festa Purificationis B. M.
V., die 2 Februarii 1927.
CORRÊA SIMÕES,
Vicarius Generalis.
……………………………….
V. + J.
AO LEITOR
Não é outro o intento que nos move a publicar - na nossa dôce e formosa
língua - o presente opúsculo, senão o de ajudarmos as almas a compreenderem
melhor o amor ardente que o Coração de Jesus para com elas encerra e a
aproveitarem-se dos méritos infinitos que temos nas suas Sacratíssimas Chagas.
- Nosso Senhor, deu o seu Coração adorável á sua pequenina Visitação para que
ela estendesse, pelo mundo inteiro, os frutos preciosíssimos dessa árvore de
vida. E aquela queixa que ao receber êsse Coração, “ardendo em chamas e
encimado por uma cruz”, ouviu um dia a nossa Santa Irmã Margarida Maria: “Eis
aqui êste Coração que tanto amou os homens e dos quais é tam mal
correspondido”, resoando sempre em nossos corações qual éco dulcíssimo,
recorda-nos, constantemente, a nossa sublime missão: “sermos as consoladoras
das agonias e das dôres dêsse amabilíssimo coração”. Se a isso juntamos ainda a
missão que nos confiou o nosso Santo Fundador - S. Francisco de Sales -
escrevendo no Iº Livro das nossas Santas
Regras estas sublimes palavras: “Que toda a sua vida e exercícios sejam para se
unirem com Deus, para ajudarem com as suas orações e bons exemplos a Santa
Igreja e a salvação das almas” compreender-se-ha o porque nos pareceu sermos
chamadas a dar a conhecer na nossa humilde terra - o Portugal querido - as
consoladoras palavras e as dulcíssimas promessas que o nosso Salvador se dignou
fazer-nos por meio doutra alma privilegiada da Visitação, florinha humilde do
jardim de S. Francisco de Sales. Essa alma tam favorecida de dons
sobrenaturais, é a Irmã Maria Marta Chambon, a quem Nosso Senhor dizia:
“Escolhi-te para despertar a devoção à minha Sagrada Paixão, nos desgraçados
tempos em que viveis.”
Todos os que lerem estas páginas encontrarão nelas luz, consolação,
fortaleza e esperança dulcíssima, que os fará exclamar com S. Bernardo: “O'
Jesus, as tuas Chagas são meus méritos!”
Assim, pois, neste dia da exaltação da Santa Cruz, depomos aos pés de
Nosso Senhor Crucificado o nosso modesto trabalho para que Ele o abençoe,
pedindo-Lhe nós, ao mesmo tempo, que nestas páginas venham beber milhares de
almas o amor e a devoção às suas Sagradas Chagas, as quais, segundo a divina
Promessa, “repararão as nossas”.
As Irmãs da Visitação de Santa Maria, do nosso Mosteiro de S. Miguel. -
Tuy, 14 de Setembro de 1926, festa da exaltação de Santa Cruz.
D. S. B.
................................................
1ª PARTE
A Irmã
Maria Chambon e as Sagradas Chagas de N. S. Jesus Cristo
Sua infância e juventude
Francisca Chambon nasceu duma família de agricultores, modesta mas
cristã, na aldeia de Croix-Rouge, perto de Chambéry, no dia 6 de Março de 1841 (*). No mesmo dia recebeu o santo baptismo, na Igreja paroquial de S.
Pedro de Lemenc. Aprouve a Nosso Senhor revelar-se muito cêdo a esta alma
inocente. Quando Francisca tinha nove anos, levando-a uma sua tia à adoração da
cruz, numa sexta feira santa, viu Jesus Cristo lacerado, ensanguentado, como no
Calvário. “Oh! em que estado o vi!”... dirá ela mais tarde. Foi esta a primeira
revelação da Paixão do Salvador, que devia ocupar tanto lugar na sua
existência. Mas nos seus tenros anos, foi sobretudo favorecida pelas visitas do
Menino Jesus. No dia da sua primeira Comunhão, veio a ela visìvelmente; e desde
então, em todas as Comunhões, até à morte, será sempre Jesus Menino que ela
verá na Santa Hóstia. Jesus tornou-se o companheiro inseparável da sua
juventude, seguia-a ao trabalho, nos campos, conversava com ela pelos caminhos
e acompanhava-a à casa paterna. “Estávamos sempre juntos... oh! como eu era
feliz! tinha o Paraíso no coração!...” dizia ela recordando, no fim da vida,
estas longínquas e dulcíssimas lembranças. Na época dêstes precoces favores,
Francisca nem pensava em contar a sua vida de familiaridade com Jesus:
contentava-se em gozá-la, julgando ingènuamente que toda a gente possuía o
mesmo privilégio. Contudo, a pureza e o fervor desta menina não podiam passar
despercebidos ao digno Pároco da frèguesia: e por isso dava-lhe freqüentemente
a Sagrada Comunhão. Foi também êle que nela descobriu a vocaçao religiosa e a
foi apresentar ao Mosteiro da Visitação.
(*) A data correta é 6 março 1841.
Primeiros anos de vida religiosa
Francisca Chambon tinha 18 anos quando entrou no Mosteiro da Visitação
de Santa Maria de Chambéry. Dois anos mais tarde, na festa de Nossa Senhora dos
Anjos,- 2 de Agosto de 1864, - pronunciou os santos votos, tomando lugar,
definitivamente, entre as Religiosas de véu branco (leigas), com o nome de Irmã
Maria Marta. Nada, exteriormente, fazia prever coisa alguma, em favor da nova
espôsa de Jesus. A beleza da filha do Rei era verdadeiramente toda interior...
Deus que, indubitàvelmente se reservava compensações, tinha, no que respeita
aos dons naturais, tratado a Irmã Maria Marta com verdacleira parcimónia!...
Maneiras e linguagem rústicas, inteligência quási medíocre, que nenhuma
cultura, nem sequer sumária, viera desenvolver: a Irmã Maria Marta não sabia
ler nem escrever (1); sentimentos que só se elevavam sob a
influência divina; um temperamento vivo e um pouco tenaz; as suas Irmãs bem o
dizem sorrindo: “Oh! era uma santa! mas uma santa que por vezes nos
exercitava!...”
(1) Importa nunca perder de vista esta
completa ignorância da Maria Marta: dum lado ficaremos maravilhados por achar
tanta “exactidão doutrinal e precisão de expressões” numa pessoa de tam pouca
cultura; doutro, desculparemos fàcilmente o que houver a desejar em certos
“pormenores que se não relacionam com a substância das coisas”.
(Apreciação do R. Pe. Mazoyer, S.
J.)
A “Santa” bem o sabia! E com uma candura comovedora, queixava-se a
Jesus por ter tantos defeitos: “As tuas imperfeições, respondia Êle, são a
maior prova de que tudo o que se passa em ti vem de Deus. Eu nunca tas tirarei;
elas são a cobertura que esconde os meus dons. Desejas muito ocultar-te? Eu
ainda o desejo mais do que tu!...”
Ao lado dêste retrato, gostaríamos de colocar outro, com traços mais
atraentes. Sob estas aparências menos lisongeiras, a observação mais atenta das
Superioras, em breve adivinhou, e depois descobriu, uma fisionomia moral já
muito bela, embelezando-se todos os dias sob a acção do Espírito de Jesus.
Notam-se aqui traços marcados com êsses sinais infaliveis que revelam o Artista
divino... e revelam-no tanto melhor quanto os senões da natureza não
desapareceram: nesta inteligência tam apagada, quantas luzes, quantas vistas
profundas! neste coração sem cultura natural, que inocência, que fé, que
piedade, que humildade, que sêde de sacrificio! Bastará agora recordar o
testemunho da sua Superiora, a muito Respeitável Madre Tereza Eugénia Revel: “A
obediência é tudo para ela. A candura, a rectidão, o espírito de caridade que a
anima, a sua mortificação e, sobretudo, a sua humildade sincera e profunda,
parecem-nos as garantias mais certas da acção de Deus sôbre esta alma. Quanto
mais recebe, mais entra num verdadeiro desprêzo de si mesma, estando quási
sempre esmagada pelo temor de estar na ilusão. Dócil aos conselhos que lhe dão,
as palavras do Sacerdote e da Superiora, teem um grande poder para lhe dar a
paz... O que sobretudo nos tranqüiliza, é o seu amor apaixonado à vida
escondida; a sua imperiosa necessidade de fugir dos olhares humanos e o receio
de que percebam o que nela se passa.”
* * *
Os dois primeiros anos de vida religiosa da nossa Irmã decorreram quási
normalmente. A não ser um dom de oração pouco vulgar, um recolhimento perpétuo,
uma fome e sêde de Deus contínuas, nada se lhe notava de verdadeiramente
particular e que fizesse prever coisas extraordinárias. Mas, em Setembro de
1866, a jóvem conversa começou a ser favorecida com freqüentes visitas de Nosso
Senhor, da Santíssima Virgem, das almas do purgatório e dos Espíritos
Bemaventurados.
Jesus Crucificado - sobretudo - oferece, quási todos os dias, à sua
contemplação, as divinas Chagas, ora resplandecentes e gloriosas, ora lívidas
ou ensangüentadas, pedindo-lhe que se associe às dôres da sua Sagrada Paixão.
Vigílias e penitências corporais
As Superioras, inclinando-se perante os sinais certos da vontade do Céu
- sinais em que não podemos deter-nos para não avolumar êste pequeno opúsculo –
decidiram-se, pouco a pouco, apesar das suas apreensões, a entregá-la às
exigências de Jesus Crucificado.
A Irmã Maria Marta vê-se primeiro convidada a passar as noites
estendida no soalho da sua cela. Depois recebe a ordem de trazer noite e dia um
rude cilício. Em breve deve entrançar uma corôa de agudos espinhos que não lhe
permite mais apoiar a cabeça, sem sentir dolorosos sofrimentos.
No fim de oito meses, em Maio de 1867, não contente com as noites
passadas no chão, com o cilício e a corôa de espinhos, Jesus exige à Irmã Maria
Marta o sacrifício do próprio sono, pedindo-lhe que véle sòsinha, junto do SS.mo
Sacramento, emquanto tudo dorme no Mosteiro. Em tais exigências não encontra a
natureza satisfação! Mas não é êste o preço habitual dos favores divinos?... No
silêncio das noites, Nosso Senhor comunicava-se à sua serva da maneira mais
maravilhosa. Algumas vezes, é certo, Ele a deixava lutar penosamente, durante
longas horas, com a fadiga e o sono, mas o mais freqüente era apoderar-se dela
imediatamente e arrebatá-la a uma espécie de êxtase. Confiava-lhe as suas pênas
e os seus segredos de amor, enchia-a de carícias, tirava-lhe o coração para o
meter dentro do seu. O seu trabalho nesta alma tam humilde, tam simples e
dócil, aumentava todos os dias.
Três días de êxtase
No mês de Setembro de 1867, a Irmã Maria Marta caíu, como lho tinha
anunciado o divino Mestre, num estado incompreensível, que difìcilmente se pode
definir: Estava deitada no seu leito, imóvel, sem falar, sem ver, não tomando
alimento algum; mas o pulso continuava muito regular e tinha o rosto levemente
colorido. Isto durou três dias, 26, 27 e 28, em honra da SS.ma
Trindade, e foram, para a triste vidente, três dias de graças excepcionais...
Todo o explendor dos Céus veio iluminar o humilde lugar onde desceu a Trindade
Santíssima. Deus Pai, apresentando-lhe Jesus numa hóstia, disse-lhe: “Eu te dou
Aquele que tu me ofereces tantas vezes”, e deu-lhe a Comunhão. Depois
desvendou·lhe os mistérios de Belém e da Cruz, iluminando a sua alma com vivas
luzes sôbre a Incarnação e a Redenção. Tirando depois de Si-mesmo o seu
Espírito como um raio de fogo, deu-lho afirmando-lhe: “Ele contém a luz, o
sofrimento e o amor!... O amor será para
mim; a luz para descobrires a minha vontade; o sofrimento, emfim, para
sofreres, de momento a momento, como Eu quero que sofras.”
No último dia, convidando-a a contemplar, num raio que descia do Céu
sôbre ela, a Cruz de seu Filho, o Pai celeste “fez-lhe compreender melhor as
Chagas de Jesus, para seu bem pessoal”. Ao mesmo tempo, num outro raio que
partia da terra para o Céu, viu ela claramente a sua missão e como devia fazer
valer os méritos das Chagas de Jesus para o mundo inteiro.
Opinião dos Superiores Eclesiásticos
A Superiora e Directora duma alma tam privilegiada, não podiam tomar só
sôbre si a responsabilidade dêste caminho extraordinário... Consultaram os
Superiores Eclesiásticos e em especial, o Rev.mo Cónego Mercier,
Vigário Geral e Superior da Casa, Sacerdote de grande prudência e de grande
piedade; o Rev.o P. Ambroise, provincial dos Capuchinhos da Sabóia,
homem de grande valor moral e doutrinal; o Rev.mo Cónego Boudier,
apelidado “o Anjo dos Montes”, capelão da Comunidade, cuja reputação de
sciência e santidade passavam os limites da nossa Província. O exame foi sério
e completo. Os três examinadores foram unânimes em afirmar que o caminho, que a
Irmã Maria Marta seguia, tinha o sêlo divino. Aconselharam que se escrevesse
tudo, mas aliando a prudência às suas luzes, julgaram também que era preciso
ocultar estes factos até que aprouvesse “a Deus revelá-los directamente”. Foi
por isso que a Comunidade ignorou as graças insignes com que era favorecida,
num dos seus membros, - o menos apto para as receber, humanamente julgando. Foi
por isso também que, considerando como sagrado o conselho dos Superiores
eclesiásticos, a muito respeitável Madre Tereza Eugénia Revel, começou a
relatar, diàriamente, com escrupulosa exactidão, não omitindo mesmo certas
faltas, - frutos da ignorância ou de falta de memória - as narrações da humilde
conversa, a quem Nosso Senhor dava ordem de nada ocultar à sua Superiora. “Nós
depomos aqui, na presença de Deus e dos nossos Santos Fundadores, por
obediência e o mais exactamente possível, o que cremos ser-nos enviado do Céu
por uma amorosa predilecção do divino Coração de Jesus, para felicidade da
nossa Comunidade e bem das almas”.
“Deus parece ter escolhido, na nossa humilde família, a alma
privilegiada que deve renovar, no nosso século, a devoção às Sagradas Chagas de
Nosso Senhor Jesus Cristo. E' a nossa humilde Irmã doméstica Soror Maria Marta
Chambon, que o Salvador gratifica com a sua presença sensível. Ele mostra-lhe
todos os dias as suas divinas Chagas, para que ela aplique constantemente os
seus méritos, pelas necessidades da Santa Igreja, conversão dos pecadores,
pelas necessidades do nosso Instituto, - e sobretudo para o alívio das almas do
Purgatório”.
“Jesus fez dela o seu brinquedo de amor e a vítima do seu
Beneplácito... - e nós, cheias de reconhecimento, sentimos, a cada instante, a
eficácia das suas orações sôbre o Coração de Deus.”
Tal é a declaração com que se abre a narração da muito respeitável
Madre Tereza Revel, digna confidente dos favores do Altíssimo. - E' às suas
notas que vamos buscar todas as citações que vão seguir-se.
A “Missão”
“Uma coisa me penaliza, dizia o dôce Salvador à sua humilde serva, é
que há almas que olham a devoção às minhas Chagas como estranha, como
desprezível, como uma coisa que não convém ... e é por isso que ela cai no
esquècimento. No Céu, eu tenho Santos que tiveram uma grande devoção às minhas
sagradas Chagas, mas na terra, quási ninguém me honra desta forma.”
Esta queixa tem todo o fundamento! Num mundo, onde “gozar” parece ser a
única preocupação, quantas pessoas, mesmo cristãs, perderam a noção do
sacrifício!... Pouquíssimas almas compreendem a cruz! Muito poucas se aplicam a
meditar a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, que S. Francisco de Sales chama,
tam justamente, “a verdadeira escola do amor; o mais dôce e o mais violento
impulso da piedade”.
Ora, Jesus não quere que fique inexplorada esta mina inexgotável, nem
que fiquem esquècidos e perdidos os frutos das suas sagradas Chagas. Escolherá
- e não faz Ele sempre assim? - o mais humilde dos instrumentos para executar a
sua obra de amor. No dia 2 de Outubro de 1867, a Irmã Maria Marta assistia a
uma “tomada de Hábito”, quando, abrindo-se a abóbada dos Céus, ali viu ela
desenrolar-se a mesma cerimónia com um esplendor bem diferente do da terra.
Toda a Visitação do Céu estava presente, e as primeiras Madres, voltando-se
para ela, como para lhe anunciar uma boa nova, disseram-lhe todas contentes:
“O Pai Eterno deu à nossa Santa Ordem o seu Filho, de três maneiras:
“1.° Jesus Cristo, sua Cruz e suas Chagas, a esta casa particularmente.
“2.° O seu Sagrado Coração.
“3.° A sua Santa Infância para honrar; é preciso que tenhais toda a simplicidade
duma criança nas vossas relações com Ele.”
Este tríplice dom não parece novo. Remontando às origens do Instituto,
encontramos na vida da nossa Madre Ana Margarida Clément, contemporânea de
Santa Joana de Chantal, estas três devoções que distinguiram todas as
Religiosas formadas por ela. Alguns dias mais tarde, a nossa muito respeitável
Madre Maria Paulina Deglapigny, falecida havia dezoito meses, apareceu à sua
antiga filha e confirmou-lhe o dom das Sagradas Chagas: “A Visitação, disse-lhe
ela, já tinha uma grande riqueza, mas não era completa. Eis aí porque é ditoso
o dia em que deixei a terra, pois, em lugar de terdes sòmente o Sagrado Coração
de Nosso Senhor, tereis toda a Santa Humanidade, isto é, as suas Sagradas
Chagas. Eu pedi esta graça para vós.”
O Coração de Jesús! ah! quem o possue não possuïrá Jesus todo? todo o
amor de Jesus?... Sem dúvida. Mas as Sagradas Chagas são como que a expressão
prolongada - e bem eloqüente - dêsse amor. Por isso é que Jesus quere que O
honremos todo e que adorando o seu Coração ferido, não esqueçamos as suas
outras Chagas, abertas também pelo amor. E não deixa de oferecer interêsse, a
êste propósito, comparar o dom da Humanidade padecente de Jesus, feito à nossa
Irmã Maria Marta, com o que foi concedido, na mesma época, à nossa venerável
Madre Maria de Sales Chappuis: o dom da Humanidade santa do Salvador.
S. Francisco de Sales, nosso Bemaventurado Pai, que muitas vezes
visitava a sua querida filha para a instruir paternalmente, também a confirmou
na certeza da sua “Missão”. Um dia que êles conversavam juntos, disse-lhe ela
com a sua costumada ingenuïdade:
- “Meu Pai, bem sabeis que as nossas Irmãs, não teem confiança nas
minhas afirmações, porque eu sou muito imperfeita.”
- “Minha filha, respondeu o Santo, as vistas de Deus não são as da
criatura, - a criatura julga segundo as vistas humanas. - Deus dá as suas
graças a uma miserável que nada tem, a fim de que tudo a Ele se atribua. Deves
estar bem contente com as tuas imperfeições, porque elas escondem os dons de
Deus. - Deus escolheu-te para completar a devoção ao Sagrado Coração: o Coração
foi mostrado à minha filha Margarida Maria, e as Sagradas Chagas à minha
pequenina Maria Marta!... E' uma alegria para o meu coração de Pai, que esta
honra seja prestada por vós a Jesus Crucificado! Isto faz o complemento da
Redenção que Jesus tanto desejou!”
A SS.ma Virgem veio também, num dia da Visitação, confirmar
a jóvem Irmã no seu caminho. Acompanhada dos nossos Santos Fundadores e da
nossa Santa Irmã Margarida Maria, disse-lhe com bondade:
“Eu dou o meu fruto à Visitação, assim como o levei à minha prima
Isabel. - O teu Santo Fundador reproduziu os trabalhos, a doçura e a humildade
de meu Filho; a tua Santa Màe de Chantal, a minha generosidade, passando por
cima de todos os obstáculos para se unir a Jesus e fazer a sua Santa Vontade; a
tua bemaventurada Irmã Margarida Maria, reproduziu o Sagrado Coração de meu
Filho para o dar ao mundo... E tu, minha filha, foste escolhida para deter a
justiça de Deus fazendo valer os méritos da Paixão e das Sagradas Chagas do meu
único e bem-amado Filho, Jesus...”
E como a Irmã Maria Marta oposesse algumas objecções sôbre as
dificuldades que havia de encontrar, disse-lhe a Virgem Imaculada:
“Minha Filha, não vos inquieteis, nem tu, nem a tua Superiora, porque o
meu Filho sabe bem o que ha-de fazer... Quanto a vós, fazei só, dia a dia, o
que Jesus deseja...”
Os convites e as exortações da SS.ma Virgem multiplicavam-se
e tomavam todas as formas:
“Se quereis riquezas, ide buscá-las às
Sagradas Chagas de meu Filho... Todas as luzes do Espírito Santo saem das
Chagas de Jesus, mas recebereis estes dons à proporção da vossa humildade...”
“Eu sou a vossa Mãe e digo-vos: ide buscar as graças às Chagas de meu
Filho!... Sugai o sangue até o esgotar, o que, afinal, nunca aconteceria.”
“E' preciso que tu, minha filha, apliques as Chagas de meu Filho pelos
maus, para os converter.”
Depois das intervenções das primeiras Madres, do nosso Santo Fundador
(S. Francisco de Sales) e SS.ma Virgem, não devemos esquècer neste
quadro, as de Deus-Pai, por quem a nossa querida Irmã sentiu sempre uma
ternura, uma confiança filial e que por Ele foi divinamente amimada. - Foi Ele
quem primeiro a instruiu àcêrca da sua “missão” futura e lha recordava de
tempos a tempos:
“Minha filha, dou-te o meu Filho para te ajudar durante o dia, a fim de
poderes pagar tudo o que deves à minha justiça por todos. Tirarás
constantemente das Chagas de Jesus aquilo com que deves pagar as dívidas dos
pecadores.”
A Comunidade fazia procissões e orações por diversas necessidades:
“Tudo isso que me dais nada é, declarou Deus-Pai.”
“- Se não é nada, replicou a audaciosa Irmã, ofereço-Vos tudo o que o
Vosso Filho fez e sofreu por nós.”
“- Ah! responde o Pai Eterno, isso é muito!”
Por sua vez, Nosso Senhor, para fortificar a sua serva, assegura-lhe,
muitas vezes, que ela é realmente chamada a reavivar a devoção às Chagas
redentoras:
“Eu te escolhi para despertar a devoção à minha Santa Paixão nos
desgraçados tempos em que viveis.”
Depois, mostrando-lhe as suas Sagradas Chagas como um livro onde queria
ensinar-lhe a lêr, ajunta o bom Mestre:
“Não levantes os olhos dêste livro e nêle aprenderás mais do que os
maiores sábios. A oração às Sagradas Chagas compreende tudo.”
Noutra ocasião, durante o mês de Junho, estando ela prostrada aos pés
do SS.mo Sacramento, Nosso Senhor abrindo o seu Coração sagrado,
como a fonte de todas as outras Chagas, insiste ainda:
“Eu escolhi a minha fiel serva Margarida Maria para fazer conhecer o
meu divino Coração, e a minha pequenina Maria Marta para insinuar a devoção às
outras minhas Chagas!... As minhas Chagas salvar-vos-hão infalìvelmente; elas
salvarão o mundo.”
Numa outra circunstância disse-lhe:
“O teu caminho é tornar-me conhecido e amado pelas minhas Sagradas
Chagas, sobretudo no futuro.”
Pede-lhe que ofereça incessantemente as suas divinas Chagas pela
salvação do mundo:
“Minha filha, o mundo será mais ou menos perturbado, conforme tu
tiveres feito a tua tarefa... Tu foste escolhida para satisfazer a minha
justiça. Encerrada no claustro, deves viver na terra como se vive no Céu,
amar-me, orar incessantemente para apaziguar a minha vingança e renovar a
devoção às minhas Sagradas Chagas.
“Eu quero que, por esta devoção, não só as almas com quem vives sejam
salvas, mas ainda muitas outras!”
«Um dia, pedir-te-hei contas se tu aproveitaste bem êste tesouro em
favor de todas as minhas criaturas”.
“Verdadeiramente, lhe disse Ele mais tarde, verdadeiramente, minha Espôsa,
Eu habito neste lugar e em todos os corações!... Neles estabelecerei o meu
reino de paz, destruïrei pelo meu poder, todos os obstáculos, porque Eu sou o
Senhor dos corações e conheço todas as misérias... Tu, minha filha, és o canal
das minhas graças. Fica sabendo que o canal nada tem de seu, não tem senão
aquilo que fazem passar por dentro dêle. E' preciso que, como canal, não
guardes nada e digas tudo o que te comunico”.
“Eu te escolhi para fazeres valer os méritos da minha Sagrada Paixão
por todos; mas quero que te conserves sempre escondida. - A mim me compete
fazer conhecer mais tarde, que é por êste meio que o mundo ha-de ser salvo - e
também pelas mãos de minha Mãe Imaculada!...”
Motivos da devoção as Sagradas Chagas
Confiando à Irmã Maria Marta esta “missão”, o Deus do Calvário,
comprazía-se em revelar à sua alma arrebatada os inumeráveis motivos de invocar
as Chagas divinas, assim como os benefícios desta devoção. Todos os días, em
todos os instantes, para a excitar a fazer-se uma ardente apóstola, Jesus lhe
descobre os inapreciáveis tesouros destas fontes de vida:
“Nenhuma alma, depois da minha santa Mãe, teve como tu a graça de
contemplar, de dia e de noite, as minhas Sagradas Chagas”.
“Minha filha, conheces o tesouro do mundo?... O mundo não quere
conhecê-lo”.
“Eu quero que tu as vejas assim, para que melhor compreendas o que fiz
vindo sofrer por ti”.
“Minha filha, todas as vezes que ofereceis a meu Pai os méritos das
minhas divinas Chagas, ganhais uma fortuna imensa. Sois semelhante àquele que
encontrasse na terra um grande tesouro, mas como não podeis conservar esta
riqueza, Deus retoma-a, e minha divina Mãe também, para vo-la restituir no
momento da morte e aplicar os seus méritos às almas que dêles carecem, porque
vós deveis fazer valer a riqueza das minhas Sagradas Chagas. E' preciso que não
fiqueis pobres porque o vosso Pai é muito rico!... A vossa riqueza? é a minha
santa Paixão!”
“Aquele que está na necessidade, que venha com fé e confiança, que tire
constantemente o que precisa, do tesouro da minha Paixão e das aberturas das
minhas Chagas!”
“Este tesouro pertence-vos!... Tudo está nêle! tudo - excepto o
inferno!
“Uma das minhas criaturas traíu-me e vendeu o meu sangue, mas vós
podeis tam fàcilmente reüni-lo gota a gota!... - Uma só gôta basta para
purificar o mundo... e vós não pensais nisso!... não conheceis o seu valor!
“Os algozes fizeram bem trespassando-me o Lado, as mãos e os pés,
porque abriram assim fontes donde correrão eternamente as águas da minha
misericórdia. Só o pecado é que foi a sua causa, é preciso detestá-lo. Meu Pai
compraz-se na oferta das minhas Sagradas Chagas e das dôres da minha divina
Mãe. Oferecer-lhas, é oferecer-lhe a sua glória, é oferecer o Céu ao Céu”.
“Eis com que pagar as dívidas de todos! - Porque, oferecendo a meu Pai
o mérito das minhas Sagradas Chagas, satisfazeis pelos pecados dos homens.” (1)
(1) Todas estas palavras foram pronunciadas em
diversas circunstâncias, especialmente no ano de 1868. Nosso Senhor dirigia-se
umas vezes só à Irmã Maria Marta, outras, - por meio dela - à Comunidade e a
todos os fiéis.
Jesus estimula-a, - e a nós com ela, - a
aproveitar êsse tesouro:
“E' preciso confiar tudo às minhas divinas Chagas e trabalhar na
salvação das almas por meio dos seus méritos.”
Pede-nos que o façamos com humildade:
“Quando abriram as minhas Sagradas Chagas, o homem teve “vaidade”
julgando que elas se fechariam, mas não, elas serão eternas, e eternamente
contempladas por todas as minhas criaturas. Digo-te isto, para que tu não as
contemples com rotina, mas que as veneres com grande humildade”.
“A vossa vida não é dêste mundo; tirai as Chagas de Jesus e
tornar-vos-heis terrestres... Sois muito materiais para compreender toda a
extensão das graças que recebeis pelos seus meritos... Vós não olhais
suficientemente para o sol na sua plenitude... Nem mesmo os meus sacerdotes
contemplam suficientemente o Crucifixo. Eu quero que me honrem todo”.
“A seára é grande, abundante, é preciso humilhar-vos, mergulhar-vos no
vosso nada para colher almas, sem olhardes para o que já fizestes”.
“E' preciso não temer mostrar as minhas Chagas às almas... O caminho
das minhas Chagas é tam simples e tam fácil para ir para o Céu!”
Pede-nos Ele que o façamos com corações de serafins. - Mostrando-lhe um
grupo dêsses Espíritos angélicos que se comprimiam em tôrno do altar, durante a
Santa Missa, Jesus disse à Irmã Maria Marta:
“Eles contemplam a beleza, a santidade de Deus! admiram, adoram... não
podem imitar. Quanto a vós, é preciso sobretudo, que contempleis os sofrimentos
de Jesus para vos conformardes com Ele. - E' preciso que venhais às minhas
Chagas, com os corações bem inflamados, bem ardentes e fazer, com grande
fervor, as aspirações para obterdes graças que solicitais.”
Pede-nos que o façamos com uma fé ardente:
“As minhas Chagas estão bem frescas, é preciso que as ofereçais como se
fôsse a primeira vez”.
“Na contemplação das minhas Chagas encontrareis tudo, para vós e para
os outros”.
“Faço-tas ver para que nelas entres.”
Pede-nos que o façamos com confiança:
“E' preciso que não vos inquieteis com as coisas da terra, minha filha,
vereis na eternidade o que ganhastes pelas minhas Chagas. As Chagas dos meus
sagrados Pés são um oceano. Traze a elas todas as minhas criaturas; essas
aberturas são bastante grandes para nelas as alojar todas.”
Pede-nos que o façamos com espírito de apostolado e sem jàmais nos
cansarmos :
“E' preciso que oreis muito para que as minhas Sagradas Chagas se
espalhem no mundo.” (Neste momento, sob os olhos da vidente, partiram das
Chagas de Jesus, cinco raios luminosos, cinco raios de glória, que envolveram o
globo.) “As minhas Sagradas Chagas sustentam o mundo. E' preciso pedir-me a
firmeza no amor das minhas Chagas, porque elas são a fonte de todas as graças.
E' preciso invocá-las muitas vezes... levar a isso o próximo... E' preciso falar e tornar a falar
delas para imprimir essa devoção nas almas... Será preciso muito tempo para
estabelecer esta devoção, trabalhai nela com coragem”.
“Todas as palavras ditas a respeito das minbas Chagas, me dão prazer,
um indizível prazer!... Conto-as todas”.
“Mesmo que haja pessoas que não queiram vir às minhas Chagas, é preciso
que tu, minha filha, aí as faças entrar!”
Um dia em que a Irmã Maria Marta sentia uma sêde ardente, disse-lhe o
seu bom Mestre:
“Minha filha, vem a mim e eu te darei uma água que te saciará! No
Crucifixo, há tudo: há com que saciar, há para todas as almas!”
“Minha filha, eu quero que tu bebas nas minhas Chagas para dar aos
pequeninos”.
“Com as minhas Chagas tendes tudo! Elas fazem obras sólidas, não pelo
gôso, mas pelo sofrimento”.
“Vós sois operárias que trabalhais no campo do Senhor: com as minhas
Chagas, ganhais muito e sem dificuldade. Oferece-me as tuas acções e as de tuas
irmãs, unidas ás minhas Sagradas Chagas; nada as pode tornar mais meritórias
nem mais agradáveis aos meus olhos. - Há riquezas incompreensíveis, mesmo nas
mais pequenas.”
Convém notar o seguinte: nas manifestações e confidências de que
acabamos de falar, o divino Salvador não se apresentava sempre à Irmã Maria
Marta com todas as suas adoráveis Chagas, às vezes mostrava-lhe apenas uma à
parte. Foi assim que um dia, depois dêste ardente convite:
“Deves aplicar-te a curar as minhas feridas contemplando as minhas
Chagas.”
Êle lhe descobre o seu Pé direito, dizendo:
“Quanto não deves respeitar esta Chaga e esconder-te nela como a
pomba!”
Uma outra vez mostra-lhe a sua Mão esquerda:
“Minha filha, tira da minha Mão esquerda os meus méritos para as almas,
para que elas estejam à minha Mão direita por toda a Eternidade... As almas
religiosas estarão à minha direita para julgar o mundo, mas, antes disso,
pedir-lhes-hei conta das almas que deveriam salvar.”
A corôa de espinhos
Uma coisa tocante, é que Jesus reclama para a sua augusta Cabeça
coroada de espinhos um culto especialíssimo de veneração, de reparação e de
amor. - A corôa de espinhos foi para Êle causa de sofrimentos particularmente
cruéis:
“A minha corôa de espinhos fez-me sofrer mais do que todas as outras
Chagas, confiou Êle à sua espôsa, foi o meu mais cruel sofrimento depois do
Jardim das Oliveiras. Para o aliviar, é preciso observar bem a vossa Regra”.
Ela é para a alma fiel, até à imitação, uma fonte de méritos:
“Vê, diz-lhe Êle, esta Cabeça que foi trespassada por teu amor e por
cujos méritos deves um dia ser coroada. Feliz a alma que a tiver contemplado
bem e sobretudo a tiver praticado!... Eis onde está a vossa vida; caminhai nela
simplesmente e caminhareis com segurança. As almas que tiverem contemplado e
honrado a minha corôa de espinhos na terra, serão a minha corôa de glória no
Céu!”
“Por um instante que contemplardes esta corôa na terra, dar-vos-hei uma
para a Eternidade... é ela, é a corôa de espinhos, que vos ganhará a da glória.”
Ela é o dom de escolha que Jesus concede aos seus privilegiados:
“A minha corôla de espinhos, eu a dou aos meus privilegiados. É o bem
próprio das minhas espôsas e das almas favorecidas. - Ela é a alegria dos
Bem-aventurados, mas para os meus Bem-amados sôbre a terra, é um sofrimento.” -
(Do lugar de cada espinho, a nossa Irmã via sair um raio de glória que não se
pode descrever.)
“Os meus verdadeiros servos procuram sofrer como eu, mas nenhum pode
atingir o grau de sofrimento que eu suportei.”
Jesus pede a essas almas uma compaixão ainda mais terna pela sua
adorável Cabeça. Ouçamos êste grito do coração que Êle dirige à Irmã Maria
Marta mostrando-lhe a sua Cabeça ensangüentada, toda trespassada e exprimindo
um sofrimento tal, que a pobresinha não sabia em que termos explicá-lo:
“Aqui tens Aquele que procuras... vê em que estado está!.. Olha...
arranca os espinhos da minha Cabeça, oferecendo os méritos das minhas Chagas
pelos pecadores... Vai em busca das almas.”
Como vemos, nestes chamamentos do Salvador, repercute-se sempre como um
éco do eterno sítio, a preocupação da salvação das almas:
“Vai em busca das almas.”
“Aqui tens a tua instrução: o sofrimento, para ti, - as graças que
deves obter, para os outros”.
“Uma única alma que faça as suas acçoes em união com os méritos da
minha santa corôa ganha mais que a Comunidade inteira.”
A estes fortes apêlos, o Mestre sabe juntar estímulos que inflamam os
corações e fazem aceitar todos os sacrifícios. Foi assim que, em Outubro de
1867, Êle se apresentou ao olhar extasiado da nossa jóvem Irmã, com esta corôa
toda cercada duma glória deslumbrante:
“A minha Corôa de espinhos iluminará o Céu e todos os Bem-aventurados!
Na terra há algumas almas privilegiadas a quem a mostrarei, mas a terra é muito
tenebrosa para a ver.”
“Vê como é bela depois de ter sido tam dolorosa!”
O bom Mestre vai ainda mais longe. Ele associa-se aos
seus triunfos como aos seus sofrimentos... Faz-lhe entrever a glorificação
futura. Aplicando-lhe, com vivas dôres, esta santa Corôa sôbre a sua cabeça
diz-lhe:
“Toma a minha Corôa, e neste estado te contemplarão os meus
Bem-aventurados.”
Depois, dirigindo-se aos Santos e designando a sua querida vítima:
“Aqui está, diz-lhes, o fruto da minha Corôa.”
Sendo a santa Corôa a felicidade dos Justos, é ao contrário, um objecto
de terror para os maus. Foi o que um dia viu a Irmã Maria Marta num quadro
oferecido à sua contemplação por Aquele que gostava de a instruir
desvendando-lhe os mistérios de Além-túmulo. Iluminado com os esplendores desta
divina Corôa, apareceu à sua vista o Tribunal onde as almas hão-de ser
julgadas. Elas passavam contìnuamente diante do Juiz soberano. As almas que
tinham sido fiéis durante a vida, lançavam-se com confiança nos braços do
Salvador. As outras, ao verem a santa Corôa e lembrando-se do amor de Nosso
Senhor, que tinham desprezado, precipitavam-se, horrorizadas, nos abismos
eternos... - Foi tam impressionante esta visão, que a pobre Irmã, contando-a,
tremia ainda de receio e de espanto.
O Coração de Jesus!
Se o Salvador descobria assim todas as belezas e todas as riquezas das
suas divinas Chagas à humilde Irmã Conversa, poderia Êle deixar de lhe abrir os
tesouros da sua grande ferida de amor? “Eis a fonte onde deveis vir buscar
tudo; é sobretudo rica para vós! ...”, dizia Jesus mostrando·lhe as suas Chagas
num luminoso esplendor, sobresaíndo com um brilho incomparável, no meio de
todas, a do seu adorável Coração:
“Vem à Chaga do meu divino Lado... - é a Chaga do amor donde saem
chamas bem vivas.”
Jesus concedia-lhe às vezes, vários dias seguidos, a graça de ver a sua
santíssima Humanidade gloriosa. Conservava-se então junto da sua serva,
conversava familiarmente com ela, como outrora com a nossa santa Irmã Margarida
Maria Alacoque. E esta última, “que nunca deixa o Coração de Jesús” dizia: “Era
assim que Nosso Senhor se mostrava a mim”, enquanto o bom Mestre reiterava os
seus amorosos convites:
“Vem ao meu Coração e nada temerás... Coloca aqui os teus lábios para
haurires a caridade e a espalhares no mundo... Mete aqui a tua mão para daí
tirares os meus tesouros.”
Um dia fez-lhe conhecer o seu imenso desejo de derramar as graças de
que o seu Coração está cheio:
“Toma, lhe disse, porque a medida está cheia. Não posso já contê-las,
tam grande é o desejo que tenho de as dar.”
Uma outra vez, foi um convite para utilizar ainda e sempre êsses
tesouros:
“Vinde receber a efusão do meu Coração que deseja derramar as suas
graças! Quero dar-vos da minha abundância, porque hoje recebi na minha
misericórdia almas salvas pelas vossas orações.”
A cada instante, sob formas diversas, são apelos a uma vida de união
com o seu Sagrado Coração:
“Conserva-te bem unida a êste Coração para receber e espalhar o meu
Sangue. Se quereis entrar na luz do Senhor, deveis esconder-vos no meu Coração
divino. Se quereis conhecer a intimidade das entranhas da misericórdia dAquele
que tanto vos ama, deveis meter-vos na abertura do meu Sagrado Coração com
respeito e humildade.”
“Eis o vosso centro. Ninguém poderá impedir-vos de o amar nem
fazer-vo-lo amar sem que o vosso coração corresponda. Tudo o que as criaturas
disserem não vos pode tirar o vosso tesouro, o vosso amor!... Eu quero que me
ameis sem apoio humano.”
Aqui, Nosso Senhor insiste, dirigindo a todas as suas espôsas uma
exortaçao instante;
“Quero que a alma religiosa esteja desprendida de tudo, porque para vir
ao meu Coração, não deve ter laço nem fio que a prenda à terra; é preciso ir
conquistar o Senhor a sós com Êle; é preciso procurar êsse Coração no vosso
próprio coração.”
Depois dirige-se de novo à Irmã Maria Marta mas, através da sua dócil
serva, visa todas as almas e muito especialmente as almas consagradas:
“Eu tenho necessidade do teu coração para me compensar e fazer
companhia... - Ensinar-te-hei a amar-me, porque tu não o sabes fazer: a
sciência do amor não se aprende nos livros, ela é apenas dada à alma que
contempla o divino Crucificado e lhe fala coração a coração. Em cada uma das
tuas acções, deves estar unida a mim.”
E Nosso Senhor faz-lhe compreender as condições e os frutos
maravilhosos da união íntima com o seu divino Coração:
“A espôsa que não se reclina sôbre o peito do seu Espôso nas suas penas
e no seu trabalho, perde o tempo. Quando ela cometeu faltas, deve reclinar-se
sôbre o meu Coração com grande confiança. Neste foco ardente desaparecem as
vossas infidelidades; o amor queima-as, consome-as todas!... - E' preciso que
me ameis, que me abandoneis tudo. - Deveis repousar-vos sôbre o Coração do
vosso Mestre como S. João. - Dais-lhe grande glória amando-O assim.”
Ah! como Jesus deseja o nosso amor! Êle o mendiga!
Aparecendo um dia com toda a glória da sua Ressurreição, disse à sua
Bem-amada, com um profundo suspiro:
“Com isto, minha filha, mendigo como o faria um pobresinho: Eu sou um
mendigo de amor! Chamo os meus filhos um por um... , olho-os com complacência
quando veem a Mim... Espero-os!”
E tomando realmente o aspecto de um mendigo, repetia-lhe ainda, cheio
de tristeza:
“Eu mendigo o amor, mas o maior número, mesmo entre almas religiosas,
recusa-me êste amor! Minha filha, ama-Me puramente por Mim-mesmo, sem olhar ao
castigo ou à recompensa.”
E designando-lhe a nossa Santa Irmã Margarida Maria cujo olhar
“devorava” o Coração de Jesus, disse-lhe:
“Esta amou-me com êste amor puro e ùnicamente por Mim só!...”
A Irmã Maria Marta procurava amar assim. Como um foco imenso, o Sagrado
Coração a atraía a si por ardores indizíveis... Ela ia para o seu Bem-Amado por
impulsos de amor que a consumiam... mas que, ao mesmo tempo, deixavam na sua
alma uma suavidade inteiramente divina! E Jesus dizia-lhe:
“Minha filha, quando escôlho um coração para me amar e fazer a minha
vontade, acendo nele o fogo do meu amor. - Contudo não avivo êsse fogo
contìnuamente, com receio de que o amor próprio ganhe alguma coisa e que
recebam as minhas graças por hábito. - Retiro-me de tempos a tempos para deixar
a alma entregue à sua própria fraqueza. Ela vê então que está só... comete
faltas e essas quedas manteem-na na humildade... Mas por causa dessas faltas
não abandono a alma que escolhi; olho-a sempre. Eu não sou tam exigente, perdôo
e volto... Cada humilhação vos une mais ìntimamente ao meu Coração. Não vos
peço grandes coisas, quero simplesmente o amor do vosso coração. Estreita-te
contra o meu Coração e descobrirás toda a bondade que êle encerra. - É lá que
aprenderás a doçura e a humildade. Vem, minha filha, meter-te dentro dele. Esta
união não é sòmente para ti, mas para todos os membros da tua Comunidade. Dize
à tua Superiora que venha depôr nesta abertura todas as acçoes das tuas Irmãs,
mesmo os recreios: lá estarão como num Banco e serão bem guardadas.”
Detalhe comovente entre mil outros: Quando a Irmã Maria Marta, nessa
noite, deu conta de tudo à sua Superiora, não poude conter-se sem interromper e
preguntar:
“Minha Mãe, que quer dizer esta palavra banco?”
Era uma pregunta filha da sua cândida ignorância... Depois continuou a
sua mensagem:
“Por meio da humildade e do aniqüilamento, devem os vossos corações
unir-se ao meu... Ah! minha filha, se tu soubesses quanto o meu Coração sofre
com a ingratidão de tantos corações!... E' preciso que unais as vossas pênas às
do meu Sagrado Coração.”
É mais particularmente ainda às almas encarregadas da direcção doutras,
directoras ou Superioras, que o Coração de Jesus se abre com as suas riquezas:
“Tu farás um grande acto de caridade oferecendo todos os dias as minhas
divinas Chagas por todas as directoras do Instituto”.
Dirás à tua Mestra que venha encher a sua alma na Fonte e àmanhã, o seu
coração estará cheio para derramar as minhas graças sôbre vós. É a ela que
compete acender o fogo do santo amor nas almas, falando-lhes muitas vezes nos
sofrimentos do meu Coração. Concederei a todas a graça de compreenderem as
máximas do meu Sagrado Coração. Por meio do trabalho e da correspondência da
alma, todas lá chegarão à hora da morte.”
“Minha filha, as tuas Superioras são as depositárias do meu Coração; é
preciso que eu possa dar às suas almas todas as graças e sofrimentos que
desejo. Dize à tua Mãe que venha buscar a estas Fontes (o seu Coração e as suas
Chagas) o que precisa para as tuas Irmãs... - Ela deve olhar para o meu Coração
Sagrado e confiar-lhe tudo, sem se importar com o que dizem os homens.”
Promessas
de Nosso Senhor
Nosso Senhor não se contenta com confiar à Irmã Maria Marta as suas
Sagradas Chagas, - com expôr-lhe os motivos instantes e os benefícios desta
devoção, ao mesmo tempo que as condições que lhe garantem o bom êxito... Êle
multiplica também as animadoras promessas. - Essas promessas repetem-se tam
freqüentemente e sob formas tam variadas, que é forçoso limitarmo-nos; tanto
mais que o pensamento é sempre o mesmo no seu fundo. A devoção às Sagradas
Chagas não pode enganar:
“Nao temas, minha filha, “abusar” das minhas Chagas, porque não sereis
jàmais enganados, mesmo quando as coisas parecerem impossíveis”.
“Concederei tudo o que me pedirem pela invocação das minhas Sagradas
Chagas”.
“E preciso espalhar esta devoção. Obtereis tudo; porque o mérito do meu
sangue é dum preço infinito”.
“Com as minhas Chagas e o meu divino Coração, podeis obter tudo”.
As Sagradas Chagas santificam e asseguram o progresso espiritual:
“Das minhas Chagas saem frutos de santidade. Assim como o ouro
purificado no cadinho se torna mais belo, assim deves meter a tua alma e as das
tuas Irmãs nas minhas Sagradas Chagas; lá elas se aperfeiçoarão como o ouro na
fornalha... Podeis purificar-vos sempre nas minhas Chagas. As minhas Chagas repararão as vossas... As minhas Chagas cobrirão
todos os vossos pecados... Aqueles que as honrarem terão um verdadeiro
conhecimento de Jesus Cristo. Na sua meditação encontrareis sempre um novo
alimento de amor”.
As Sagradas Chagas dão valor a tudo:
“Minha filha, abisma as tuas acções nas minhas Chagas e elas valerão
alguma coisa. - Todas as vossas acções, ainda as mais pequenas, banhadas no meu
Sangue, adquirirão, por isso só, um mérito infinito e contentarão o meu
Coração!... Oferecendo-as pela conversão dos pecadores, ainda que êles se não
convertam, tereis diante de Deus o mesmo mérito como se êles se tivessem
convertido”.
As Sagradas Chagas são um bálsamo e um reconfôrto no sofrimento:
“Quando tiverdes algum desgôsto, algum sofrimento, recorrei depressa às
minhas Santas Chagas e tudo se suavisará. Convém repetir muitas vezes junto dos
doentes esta aspiração: Meu Jesus, perdão e misericórdia, pelos méritos das
vossas Sagradas Chagas! Esta oração aliviará a alma e o corpo”.
As Santas Chagas teem uma eficácia maravilhosa para a conversão dos
pecadores: Um dia a Irmã Maria Marta cheia de amargura ao pensar nos crimes que
se cometem exclamava:
“Meu Jesus, tende piedade dos vossos filhos, não olheis para os seus
pecados”.
O divino Mestre respondendo à sua súplica lhe ensinou a aspiração que
nós conhecemos já: “Meu Jesus, perdão e misericórdia, pelos méritos etc.”,
depois acrescentou:
“Muitas pessoas experimentarão a eficácia desta aspiração. - Eu desejo,
proseguiu o Salvador, que os Padres as deem muitas vezes como penitência no
santo Tribunal. O pecador que disser a oração seguinte: Padre Eterno eu vos
ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo para curar as das nossas almas,
obterá a sua conversão”.
As Santas Chagas salvam o mundo e asseguram uma boa morte:
“As minhas Santas Chagas salvar-vos-hão infalìvelmente... elas salvarão
o mundo. É preciso expirar com a boca colada a estas Sagradas Aberturas... -
Não haverá morte para a alma que expirar nas minhas Chagas, elas dão a
verdadeira vida”.
As Santas Chagas teem muito poder sôbre Deus:
“Por vós mesmos, nada sois, mas a vossa alma, unida às minhas Chagas,
torna-se poderosa; ela pode até fazer muitas coisas ao mesmo tempo: merecer e
obter tudo sem que seja preciso particularizar nada”.
Pousando sôbre a cabeça da querida privilegiada a sua mão adorável, o
Salvador ajuntou:
“Agora tens o meu poder. É sempre àqueles que nada teem como tu, que me
comprazo em dar mais graças. - O meu poder está nas minhas Chagas, com elas
tornar-te-hás poderosa... Sim, tu podes obter tudo, tens todo o poder! Tens
mesmo, por assim dizer, mais poder do que Eu; podes desarmar a minha justiça,
porque embora tudo venha de mim, quero que orem, que me peçam”.
As Sagradas Chagas serão - em particular - a salvaguarda da Comunidade.
Como a situação política se tornasse cada vez mais crítica, em Outubro de 1873
fizeram as Religiosas uma novena às Santas Chagas de Jesus e Nosso Senhor
manifestou imediatamente a sua alegria à confidente do seu Coração, dizendo-lhe
depois estas animadoras palavras:
“Amo tanto a tua Comunidade que nunca lhe acontecerá mal algum. Que a
tua Superiora não se importe com as notícias de fóra, porque muitas vezes são
falsas. - Só a minha palavra é verdadeira! - Eu vo-lo digo, nada tendes a
temer... Se deixásseis a oração, então sim, teríeis que temer. Este têrço da
misericórdia faz contrapêso à minha Justiça, detém a minha vingança”.
Enfim, ratificando de novo o dom das suas Santas Chagas à Comunidade,
Nosso Senhor dizia-lhe:
“Eis o vosso tesouro!... O tesouro das vossas Santas Chagas encerra corôas
que deveis tomar e dar aos outros oferecendo-as a meu Pai para curar as de
todas as almas. - Um dia, essas almas, a quem tiverdes obtido uma santa morte
com as vossas orações, hão-de manifestar-vos o seu reconhecimento... - Todos os
homens comparecerão no dia do Juízo, na minha presença, e eu mostrarei então as
minhas espôsas privilegiadas que tiverem purificado o mundo pelas minhas Santas
Chagas... Um dia virá, em que vereis estas grandes coisas!...”
“Minha filha, digo·te isto para vos humilhar e não para vos
ensoberbecer. Fica sabendo que tudo isto não é para ti, mas para Mim, a fim de
que tu me dês almas!...”
* * *
Entre as promessas de N. S. J. C., duas devemos frizar especialmente:
as que dizem respeito à Igreja e as que se referem às almas do Purgatório:
As Sagradas Chagas e a Igreja
Nosso Senhor renova muitas vezes à Irmã Maria Marta a promessa do
triunfo da Santa Igreja, pelo poder das suas Chagas e da Virgem Imaculada:
“Minha filha, é preciso que desempenhes bem a tua missão, que é de
oferecer muitas vezes as minhas divinas Chagas a meu Eterno Pai, porque por
êsse meio há-de vir o triunfo da Igreja, o qual passará por minha Mãe
Imaculada.”
Mas, desde o princípio, Nosso Senhor previne qualquer ilusão ou
equívoco. Não se trata do triunfo material, visível, com que sonham certas
almas!... Nunca as ondas se hão-de curvar com perfeita docilidade diante da
barca de Pedro; muitas vezes até poderão tremer ante a sua furiosa agitação...
Lutar, lutar sempre, é uma lei vital da Igreja:
“Não compreendem o que pedem, pedindo o seu triunfo... A minha Igreja
jàmais terá triunfo visível.”
Contudo, através das lutas e agonias, continua a cumprir-se, na Igreja
e por meio da Igreja, a obra de N. S. J. C.: a salvação do mundo.
A obra de N. S. J. C. executa-se tanto melhor quanto a oração - que tem
o seu lugar no plano divino - implorar mais os socorros do Céu. E compreende-se
que o Céu se deixe especialmente vencer quando o invocarem em nome das Chagas
redentoras.
Jesus insiste freqüentemente sôbre êste ponto:
“As invocações às Santas Chagas obter-lhe-hão uma incessante vitória...
É preciso que tu bebas sem cessar nestas fontes pelo triunfo da minha
Igreja.”
“-Ah! meu bom Mestre, há que tempos Vós me mandais fazer isso!... e o
triunfo não chega”, exclamou ela com a sua familiar simplicidade.
“-Minha filha, respondeu o nosso benigno Salvador, devíeis estar bem
contentes por eu não castigar mais... Tu seguras-me o braço. - Prometo-te
dar-te o triunfo, mas pouco a pouco.”
E o santo Fundador vem completar a lição do Mestre:
“Ainda que Nosso Senhor prometa o triunfo por Maria Imaculada, não
deveis afrouxar na oração e na oferta das Santas Chagas.”
No momento duma grande perseguição da Igreja, a Irmã Maria Marta pedia
muitas vezes a Jesus que cobrisse, com a protecção das Sagradas Chagas, o
Soberano Pontífice. Esta oração agradava muito a Nosso Senhor, que fez ver à
nossa Irmã Maria Marta que a graça abundava sôbre o Santíssimo Padre Pio IX e
que as orações feitas pela Comunidade tinham contribuído muito para isso:
“Das minhas Chagas sai para êle uma graça particular.”
Pelo fim de 1867, Nosso Senhor revelou-lhe que “Sua Santidade teria
ainda muito que sofrer, que não haveria mais paz, mas que, graças à oração, o
Papa poderia subsistir na Santa Sé, na tribulação.”
Vê-se que Nosso Senhor não quere ilusões, o que não O impede de exigir
sempre orações:
“Eu quero que esta Comunidade seja o amparo da Santa Sé pela oração e
sobretudo pela invocação às minhas Santas Chagas. Vós oporeis assim uma barreira
aos meus inimigos.”
Depois, N. S. exprime a sua satisfação pelas orações feitas:
“Estou contente com as orações que a tua Comunidade faz para amparar a
Igreja. Tereis um grau de glória a mais, por terdes sido bons soldados do Santo
Padre. - Estareis sempre no caso de o ser. E' preciso orar muito pela Santa
Igreja.”
Por último, conclue com a certeza duma Protecção, contra a qual nada
pode prevalecer:
“Enquanto as minhas Chagas vos guardarem, nada tendes a temer, nem para
vós nem para a Igreja! Se êsse bem viesse a faltar-vos, compreenderíeis então o
que possuíeis.”
As Sagradas Chagas e as almas do Purgatório
O benefício das Sagradas Chagas faz descer as graças do Céu e subir ao
Céu as almas do Purgatório:
“Cada vez que olhardes para o divino Crucificado, com um coração puro,
obtereis o livramento de cinco almas do Purgatório: uma por cada Chaga.”
“Obtereis também, fazendo a Vía-Sacra, se o vosso coração estiver bem
puro e desprendido, o mesmo favor por cada estação, pelo mérito das minhas
Chagas.”
“Quando ofereceis as minhas Santas Chagas pelos pecadores, não deveis
esquècer as almas do Purgatório, porque há poucas pessoas que pensem no seu
alívio.”
“As Sagradas Chagas são o tesouro dos tesouros para as almas do
Purgatório.”
Foi o que o bom Mestre quís mostrar à Irmã Maria Marta. Em certo
domingo da Quaresma, em que o seu estado de sofrimento não lhe permitia
assistir à instrução, o seu Bem-Amado apareceu-lhe e disse-lhe:
“Vou dar-te uma ocupação: oferecerás os teus sofrimentos em união com
os meus divinos, pelas Almas do Purgatório.”
A Irmã começou a fazer êste oferecimento e, cada vez que o renovava,
via subir uma alma para o Céu. Tinha chegado à vigésima, quando o Pai Eterno
apareceu:
“Dou-te o mesmo poder que ao meu Filho, contanto que me ofereças o teu
coração unido ao seu.”
Ela esforçou-se por assim fazer e, a cada acto de oferecimento e de
união, ia para o Céu - segundo a sua expressão - um bando de almas, “como um
bando de aves”. As almas libertadas por ela vinham às vezes agradecer-lhe e
diziam-lhe: “Que a festa que as tinha salvo, a festa das Sagradas Chagas, não
acaba... Nós não conhecemos o valor desta devoção senão no momento em que
gozamos de Deus! Oferecendo as Santas Chagas de Nosso Senhor a seu Pai, operais
como que uma segunda Redenção.”
Entre estas almas, há algumas que mais prendem o coração duma Religiosa
e são as almas das suas próprias Irmãs.
A Irmã Maria Marta orava e sofria por elas mais particularmente, e a
SS.ma Virgem manifestava-lhe por isso a sua satisfação:
“As almas das vossas Irmãs do Purgatório são minhas filhas. Sinto
grande prazer em vos ouvir orar pelo seu livramento... sofro tanto por as ver
naquele fogo... e vão lá quási todas!... Eu sou Raínha e quero que essas almas
reinem comigo! Apesar de todo o nosso poder, meu Filho e Eu, não podemos
livrá-las; elas devem expiar. - Vós podeis tam fàcilmente aliviá-las e
abrir-lhes o Céu, oferecendo as Sagradas Chagas, por elas, a Deus Pai.”
“Oferece-as por todas as suas faltas à Regra”, ajuntou, um dia, Nosso
Senhor.
Aparecendo-lhe uma das suas Irmãs defuntas, pouco depois da sua morte,
disse·lhe:
“Eu julgava que fazia todas as minhas acções puramente por Deus, e
quando me foram mostradas vi-as cheias de movimentos naturais. Foi a confiança
que tive nas Santas Chagas que me salvou. Ah! como é bom morrer passando pelas
Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo!...”
As Sagradas Chagas e o Céu
Para coroar estas magníficas promessas, Nosso Senhor mostra enfim nas
suas Chagas os “penhores da nossa glória futura”, e faz entrever à Irmã Maria
Marta a felicidade que gozam no Céu os que as contemplam:
“As almas que oram com humildade e que meditam a minha Paixão, terão um
dia uma participação na glória das minhas divinas Chagas; os seus membros
receberão uma beleza e glória deslumbrantes. Quanto mais tiverdes contemplado
as minhas Chagas dolorosas na terra, mais as contemplareis gloriosas no Céu!”
“Uma alma que durante a vida honrar e aplicar as Chagas de N. S. J. C.
e as oferecer ao Eterno Pai pelas almas do Purgatório, será acompanhada, no
momento da morte, pela SS.ma Virgem e pelos Anjos, e Nosso Senhor na
Cruz todo resplandecente de glória recebê-la-há e a coroará.”
A Irmã Maria Marta pensava um dia, ao oferecer as Santas Chagas, que
perdia o tempo, e Nosso Senhor repreendeu-a:
“Então os meus Bemaventurados não fazem nada comigo por fazerem sempre
a mesma coisa? Eles amam-me, adoram-me, contemplam as minhas Chagas, dão-me
graças... e a sua alegria é sempre completa e inteira.”
No mesmo instante a feliz Irmã recebeu a graça de ver a SS.ma
Virgem com os Santos, contemplando as Chagas de Jesus.
“Se eu estou no Céu e os Santos também, disse-lhe a Virgem SS.ma,
conseguimos esta ventura pelos méritos das divinas Chagas do meu querido Filho.
- Vós, explorando estas Sagradas Chagas, também vos tornareis grandes!...”
E Nosso Senhor continuou:
“Minha filha, onde se fizeram os Santos, senão nas minhas Chagas?
“Todos os meus Santos são frutos das minhas Chagas.”
“As minhas Chagas serão - eternamente - para minha glória e vossa!”
“E' nas minhas Chagas, é no explendor dêsses cinco sóis, que as minhas
espôsas devem reinar um día! Os Bemaventurados que as contemplam desde há
séculos, ainda se não saciaram... contemplarão sempre e gozarão sempre com essa
contemplação... Oh! quam pouco vale a terra em comparação de um tam grande
bem!...”
Muitas vezes se ofereceu a esta alma a vista do Céu, enquanto se fez
ouvir a voz de Deus Pai:
“Vê, minha filha, tudo isto é o fruto dos sofrimentos do meu Filho!...
Tudo isto te é mostrado afim de que possas oferecer as Santas Chagas de Jesus
com mais confiança e alegria.”
Pedidos de Nosso Senhor
Em troca de tantas graças excepcionais, Jesus apenas pedia à Comunidade
duas práticas a que vamos referir-nos ràpidamente: a Hora Santa e o Rosário das
Santas Chagas. Na época do cólera, em 1867, que tantas vítimas fez em Chambéry,
N. S. manifestou o desejo de que, todas as sextas-feiras, a Hora Santa fôsse
feita por cinco Irmãs, cada uma das quais seria encarregada de honrar uma
Chaga.
A SS.ma Virgem uniu o seu pedido ao do seu divino Filho com
estas palavras que revelam um doloroso pesar:
“Nao há nenhuma casa na terra onde as
Sagradas Chagas de Jesus sejam honradas, particularmente na sexta-feira à
tarde... Deveis durante essa hora contemplar essas santas aberturas e
esconder-vos nelas.”
E depois ensinou à feliz privilegiada como devia cumprir êste piedoso
exercício. Mostrando-se sob a figura de Nossa Senhora das Dôres, com o seu
Filho nos braços, disse-lhe:
“Minha filha, a primeira vez que contemplei as Chagas do meu querido
Filho, foi quando o seu Santo Corpo foi deposto nos meus braços. Meditei as
suas dôres e fi-las passar ao meu coração... Olhei para os seus divinos Pés, um
após o outro... depois contemplei o seu Coração onde vi esta grande abertura, a
mais prófunda para o meu coração de Mãe... contemplei a Mão esquerda, depois a
direita, e em seguida a corôa de espinhos. Todas estas Chagas me trespassaram o
coração!... Eis a minha Paixão!... Sete espadas estão no meu coração, e é pelo
meu coração que deveis honrar as Chagas sagradas do meu divino Filho!...”
Foi por esta mesma época (1867-1868) que, para satisfazer a vontade
igualmente manifestada por Nossso Senhor, as Superioras estabeleceram por causa
das necessidades do momento, mas sem promessa nem compromisso para o futuro a
recitação quotidiana do “Rosário das Santas Chagas”. Eis como, desde a origem,
se tem recitado êste Rosário: Em lugar do “Credo” e nas primeiras três contas
diz-se a bela oração inspirada a um Sacerdote de Roma:
“O' Jesus, divino Redentor, sêde misericordioso para connosco e para
com o mundo inteiro. R. Amen.”
“Deus Forte, Deus Santo, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo
inteiro. - R. Amen.”
“ Graça, misericórdia, meu Jesus, durante os perigos presentes;
cobri-nos com o vosso Sangue precioso. - R. Amen.”
“Padre Eterno, tende misericórdia de nós, pelo Sangue de Jesus Cristo
Vosso Filho único; tende misericórdia de nós, nós vo-lo suplicamos. - R. Amen,
amen, amen.”
Nas contas pequenas:
“Meu Jesus, perdão e misericórdia. - R. Pelos méritos das Vossas santas
Chagas.” (300 dias de indulgências, toties quoties.)
Nas contas grandes:
“Padre Eterno, eu vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. -
R. Para curar as das nossas almas.” (300 dias de indulgências, toties
quoties. SS. Pio XI S. P. 16-1-1924.)
Estas duas últimas invocações são as que Nosso Senhor mesmo tinha
indicado e às quais fez promessas tam belas! Foram primeiro indulgenciadas só
para o Instituto da Visitação, estendendo-se depois as indulgências a todos os
fiéis, e perpètuamente, em virtude dum indulto da Sagrada Penitenciária (16 de
Janeiro de 1924).
Não foi sem dificuldade que as Superioras conseguiram fazer adoptar a
recitação do Rosário das Sagradas Chagas; assim como em Paray, por um zêlo
extrêmo da Regra, houve mais que uma reclamação, as nossas Mães, assim como a
pobre Irmã Conversa sofreram bastante com isso, mas Nosso Senhor animava-as:
“Minha filha, as graças de Deus não são dadas sem que haja dificuldade
em cumprir a minha vontade... As minhas Chagas são vossas: o demónio perdeu o
mérito delas e é por isso que êle se enraivece contra vós. Mas quantos mais
obstáculos e oposições encontrardes, mais abundante será a minha graça.”
“Não deveis temer nada e é preciso que passeis por cima de todos os
obstáculos; nisto consiste o verdadeiro amor... Aquele que vos ampara não pode ser abalado; serei sempre a vossa
defeza!... mas é preciso êste sofrimento.”
Deus Pai, segurando uma chave na mão, parecia ameaçar com um ar severo:
“Se não fazeis o que Eu quero, fecharei estas Fontes e dá·las-hei a
outros.”
Com uma firmeza repassada de paciência e de humildade, as nossas Mães,
Tereza-Eugénia e Maria-Aleixo, conseguiram fazer aceitar esta prática. - Jesus
sustentou-as visìvelmente. Havia uma Irmã muito autorizada no Mosteiro, por
causa da sua grande inteligência e sólido raciocínio, a qual se opunha
tenazmente à nova devoção. Um dia dirigiu-se-lhe a humilde Irmã Conversa
encarregada duma missão da parte do Senhor; a Irmã ouviu que ela lhe revelava
uma coisa absolutamente secreta, que se tinha passado entre ela e Ele, no
íntimo da sua alma, coisa que nunca tinha confiado a ninguém e que, por isso, a
Irmã Maria Marta não podia saber senão de Deus... Perante tal prova, a Irmã
rendeu-se sinceramente e quís reparar a sua oposição passada, fazendo
pequeninas imagens das Santas Chagas, destinadas a propagar o seu culto.
“A devoção as minhas Chagas é o remédio para êste tempo de iniquïdade”,
assegurava o Salvador.
“Sou Eu que o quero: é preciso que façais as aspirações com grande
fervor.”
Perante tais progressos, a raiva do demónio não podia conter-se e
atirava-se sobretudo à Irmã de quem escarnecia:
“Que é que tu fazes?... perdes o teu tempo. - As outras pessoas recitam
lindas orações que encontram nos livros, enquanto tu, dizes sempre a mesma
coisa.”
Mas Jesus expulsava o demónio:
“Minha filha, Eu vejo tudo e conto tudo. - Dize à tua Superiora que Eu
conto cada aspiração que ela faz. - E' preciso que ela empregue todos os meios
para manter o têrço da misericórdia.”
“Eu estou contente por vos ver honrar as minhas Santas Chagas; posso
agora derramar mais abundantemente os frutos da minha Redenção. E' preciso que
vós, que conheceis os meus desejos, sejais duplamente fervorosas... Se
afrouxardes na devoção às minhas Chagas, perdereis muito.”
“Assim como existe um exército pronto para o mal, há também um dirigido
por Mim. – Com esta oração, tendes mais poder que um exército, para deter os
meus inimigos.”
“Vós sois bem felizes, vós a quem Eu ensinei a oração que me desarma:
“Meu Jesus, perdão e misericórdia, pelos méritos das Vossas Santas
Chagas.”
“As graças que recebeis por estas invocações, são graças de fogo...
Elas veem do Céu e é preciso que voltem para o Céu...”
“Dize à tua Superiora que será sempre ouvida em qualquer necessidade
que seja, quando me pedir pelas Santas Chagas, fazendo recitar o Rosário da
misericórdia.”
“Os vossos Mosteiros atraem as graças de Deus sôbre as Dioceses em que
se encontram; quando ofereceis a meu Pai as minhas Santas Chagas, olho para vós
como estendendo as maos ao Céu para receber graças!... Em verdade, esta oração
não é da terra, mas do Céu!... ela pode obter tudo!” “- E' preciso dizê-lo à
tua Superiora, recordá-lo, escrevê-lo para o futuro, afim de que recorrais a
ela de preferência a outras.”
As recomendações de N. S. não foram vãs. Conservou-se o uso de recorrer
quotidianamente a “esta oração do Céu”. Quando surgem grandes dificuldades,
necessidades graves, perigos iminentes, mais numerosas e instantes são as
invocações... E depois duma experiência de cincoenta anos, a Comunidade pode
declarar que sempre se felicitou pela sua confiança! Não foi porque fôssem
poupadas as provações nem que a morte espaçasse as suas visitas... Longe disso!
Mas as mesmas provações são suavisadas com tantas consolações! E morre-se tam
suavemente a sombra das Santas Chagas!
Os Pecadores
Mesmo depois da Comunidade se ter submetido aos pedidos de N. S., sôbre
estes dois pontos, Jesus não deixou de continuar a pedir. Era cada vez mais
solícito em apresentar as suas Chagas como fontes de graças para os pecadores e
como lições eloqüentes para as almas religiosas:
“Há muito tempo - é sempre Jesus que fala - que Eu desejo ver-vos distribuir
os frutos da minha Redenção! Vós fazeis agora o que Eu quero pela salvação do
mundo. - A cada palavra que pronunciais do têrço da misericórdia, Eu deixo e
caír uma gôta do meu Sangue sôbre a alma dum pecador.”
“Os homens calcam aos pés o meu Sangue, e Eu quero que vós, minhas
espôsas, me ameis e trabalheis por meu amor. Se com todas as riquezas
encerradas nas minhas Chagas para vós, não vos aproveitásseis delas, seríeis
bem culpadas...”
“- As almas que não veneram as minhas santas Chagas e que, pelo
contrário, as metem a ridículo,-essas almas rejeito-as.”
“Os pecadores desprezam o Crucifixo; agora tenho paciencia, mas virá um
dia em que me vingarei.”
“Vem com o teu coração, minha espôsa, vem com o teu coração bem vasio,
porque Eu tenho bem com que o encher. Vem à conquista das almas.”
E fazendo-lhe ver no mundo uma quantidade de pecadores disse:
“Eu tos mostro, para que não percas tempo.”
Durante o mês do Preciosíssimo Sangue, a visão de Jesus Crucificado
tornava-se habitualmente constante à Irmã Maria Marta:
“Minha filha, sofri tanto por uma só alma, como por todas juntas... A
Redenção foi abundante!”
E o Sangue Redentor corria em abundância das Chagas adoráveis, e Jesus
dizia com amor:
“Este é o Sangue do teu Espôso!... do
teu Pai!... Pelas vossas almas é que êle foi derramado! - Só Eu podia derramar
assim êste Sangue divino!... Minha filha, Eu sou teu Espôso! Sou todo teu, por
amor das almas!...”
Algumas vezes, via ela a Justiça de Deus irritada, pronta a castigar o
mundo:
“Não me peças, quero castigar”, dizia Jesus Cristo na sua indignação.
“O mundo para ser regenerado precisava duma segunda redenção.”
O Padre Eterno, intervindo, declarava:
“Nao posso dar o meu Filho uma segunda vez.”
Mas a nossa Irmã compreendia que, pela oferta repetida das Santas
Chagas, nós podíamos operar esta redenção. - A' medida que ela as oferecia, via
a cólera divina transformar-se em graças suavíssimas, as quais se derramavam
sôbre o mundo.
“Minha filha - dizia noutra ocasião Nosso Senhor -, é preciso ganhar a
palma da vitória: ela vem da minha santa Paixão... No Calvário, parecia a
Vitória impossível e, todavia, foi lá que o meu triunfo se manifestou. - Desejo
constantemente que os homens aproveitem a minha Redenção, mas - sejam fiéis ou
não - sempre hão-de contribuir para a minha glória.”
Nosso Senhor assustou-a mostrando-lhe a sua Justiça excitada pelos
pecados dos homens... Ela, consternada exclamou, humilhando-se profundamente:
- 65-
“Meu Deus, não olheis para a nossa miséria, mas olhai para a vossa
misericórdia.”
E recomeçou a aplacar o Salvador com as invocações multiplicadas às
Santas Chagas.
“Oferece-mas muitas vezes para me ganhar pecadores, dizia o bom Mestre,
animando-a, porque Eu tenho fome de almas!...”
As Santas Chagas e as almas Religiosas
“Na Casa de Deus, é preciso viver unidas às minhas Chagas”, disse o
Salvador.
“Os vossos votos saem das minhas Chagas!...”
Um dia, quando a Irmã Maria Marta fazia a Vía Sacra, chegando à décima
estação, Jesus fez compreender à sua espôsa o mérito do seu despojamento pelo
voto de pobreza, pedindo-lhe que oferecesse as Santas Chagas – “pelas suas
espôsas que precisam despojamento, para que o saibam revestir por uma prática
mais exacta do voto de pobreza.”
Depois, na Crucifixão, ajunta – “que sendo consagradas a Ele, devíamos
estar pregadas na cruz com Ele... - quando seguimos a nossa vontade própria,
declaramo-nos inimigos da Cruz.”
“Deveis deixar-vos governar pela vossa Superiora, como Eu, estendendo
as mãos, me deixei pregar na Cruz.”
Depois pede-lhe ainda que ore por aqueles que quereriam despregar-se da
Cruz, faltando à obediência...
“Minha filha, repetiu Jesus noutra ocasião, olha para a minha corôa e
aprenderás a mortificação, para as minhas mãos estendidas, e aprenderás a
obediência, compreenderás a pobreza vendo-me despido sôbre a cruz,
tornar-te-has pura contemplando Aquele que é puro e que te ama como um
Espôso!...”
Ensina-lhe que as almas religiosas são também almas dedicadas ao
sofrimento:
“Eu queria ver em todas as minhas espôsas outros tantos Crucifixos!...
Não deverá a espôsa assemelhar-se ao seu Espôso?” declara Aquele que a santa
Amante dos Cânticos pinta assim:
“O meu Bem-Amado é branco e vermelho.”
“Dar-te-hei sofrimentos para todo o dia, promete-lhe Jesus, para que tu
vás mais vezes às Fontes benditas das minhas divinas Chagas.”
“Eu quero que tu sejas crucificada comigo; quero-o de todas as
maneiras... - A' medida que tu disseres sim, mais te crucificarei.”
“Minha filha, olha para a minha corôa! Eu não disse: ela faz-me sofrer
muito - mas aceitei-a das mãos de meu Pai por vosso amor! Olha para as minhas
mãos! Eu não disse: não as dou, isso fazme sofrer muito! - e o mesmo aconteceu
com os meus pés.”
Depois, Jesus mostra à sua serva a sua sagrada carne, despedaçada, aos
bocados:
“Encontrarás Chagas em todo o corpo do teu Espôso! - Eu quero que tu
assim sejas - Contempla-Me na Cruz: quando Eu nela estava não olhava nem para
os algozes nem para os seus ultrages... olhava para meu Pai. - E' preciso que
cumprais assim o vosso dever, fazendo o que Eu quero sem olhar para a
criatura... como Eu que olhava ùnicamente para meu Pai!”
Um outro dia, aparecendo-lhe na Cruz todo descarnado, “não tendo senão
a pele e os ossos” êste terno Mestre exclamou:
“Vê, minha filha, por onde devem passar aqueles que escolhi e que
querem chegar à glória, - não porém aquejes que levantam a cabeça. - Minha Mãe
passou por êste caminho... Ele é rude para aqueles que o seguem à fôrça e sem
amor; mas suave e consolador para as almas que levam a sua cruz com
generosidade. - E' preciso que as Espôsas de Jesus-Crucificado sofram... - Já
não tenho senão as minhas espôsas para me esmolar.”
Num outro entretenimento, Jesus disse ainda:
“Minha filha, deveis amar muito o Crucifixo e crucificar-vos para amar
Jesus, para poderdes morrer como Jesus e ressuscitar como Ele. - Renovo agora
as graças da minha Paixão... - sois vós que deveis derramar os seus benefícios
sôbre o mundo inteiro.”
Como a Irmã María Marta soube corresponder aos desejos de Jesus
Comovida até ao mais íntimo do seu sêr com tais revelações, a nossa
querida Irmã deixou-se impregnar delas inteiramente. Estava tam apaixonada
pelas Chagas do Salvador que lhe parecia “que ia devorá-las”. O seu mais
ardente desejo era suscitar no universo os sentimentos de amor e de
reconhecimento que elas devem inspirar, pronta a dar a sua vida pela extensão
dum culto que ela queria imenso, apaixonado, sem limites! Se, aliás, o seu
ardor esmorecia, se as invocações se tornavam menos numerosas sõbre os seus
lábios, Jesus não tardava em apresentar-se a ela no estado lastimoso a que o
reduziram as nossas iniquïdades e, mostrando-lhe as suas Chagas, fazia-lhe
amorosas repreensões:
“Elas olham sempre para ti, mesmo quando tu as esqueces, tu, que devias
contemplá-las sempre... - Já tas mostrei tantas vezes que isso deveria
bastar-te; mas não, é preciso que eu desperte contìnuamente o teu fervor.”
Ou ainda:
“As invenções dos algozes para me fazer sofrer, era Eu que as queria. -
Queria-as por vosso amor e para satisfazer a meu Pai. Tudo se fazia por minha
vontade!... E agora, minha filha, também te farei sofrer, porque Eu o quero.”
“Desejo e quero que me consoles dos ultrages que recebo!... - Quero-te
vítima corajosa: Eu serei o teu Sacrificador. Eleva o teu coração e lança-o nas
minhas Chagas.”
Apresentando-se a ela como num quadro, suplicou-lhe um día Jesus, com
um acento de indizível ternura e de ardente desejo:
“Deves copiar-me, deves copiar-me!... Os pintores fazem quadros quási
conformes com o original mas aqui, sou Eu o pintor, que faço a minha imagem em
vós, se vós me contemplardes.”
Insistindo sôbre êste mesmo convite, o nosso divino Salvador
ensinava-lhe um día:
“Minha filha, quando um pintor quere fazer um quadro, prepara primeiro
a tela que deve receber pinceladas.”
“- Bom Mestre, não sei o que isso quere dizer” - dizia ela na sua
extrema ignorância.
E Jesus teve que explicar-lhe que a sua alma era esta tela preparada:
«Minha filha, prepara-te para receber todas as pinceladas que Eu te
quiser dar.”
Algum tempo mais tarde, Jesus preguntou·lhe: “Minha filha, queres ser
crucificada comigo ou glorificada?”
“Ah! meu bom Jesus, antes quero ser crucificada! Queria sofrer tanto
por Vós, como Vós sofrestes por mim!...”
“Sofrerás por Mim, como Eu sofri por ti, fazendo todas as tuas acções
para me agradar e não me recusando nenhum sacrifício...”
Ao ouvir isto, a Irmã Maria Marta ficou sùbitamente invadida por uma
grande impressão e começou a inumerar os seus defeitos, como um obstáculo às
graças de Deus:
“Os teus defeitos, replicou o seu terno Mestre, hão-de aparecer todos
no dia do Juízo, mas para tua glória e minha!... - Recebo todas as tuas acções
e sofrimentos pelos pecadores e pelas almas do Purgatório, mas é preciso que tu
permaneças como que colada ao meu Coração, às minhas Chagas, não fazendo senão
um comigo... - Não deves sair do meu Coração, porque, se o fizesses, já não
poderia comunicar-me a ti.”
“- Bom Mestre, ensinai-me o catecismo” - pediu-lhe ela, uma vez, com a
sua candura e ousadia infantil.
“Vem á tua morada, minha espôsa, respondeu Jesus, mostrando-lhe as suas
Chagas, vem à tua morada; lá encontrarás tudo!... Serei teu prégador e
ensinar-te-hei a imolar-te por meu amor e pelo teu próximo.”
“O Crucifixo, eis o teu livro!... Toda a verdadeira sciência está no
estudo das minhas Chagas. Quando todas as criaturas as estudassem a todas
bastaria, sem precisarem de livro algum. -E' nele que os meus Santos leem e
lerão eternamente, é o único a que vos deveis afeiçoar, é a única sciência que
deveis estudar.”
“Quando beberdes nas minhas Chagas, disse-lhe ainda Nosso Senhor,
aliviais o divino Crucificado!”
E voltando-se para o nosso Santo Fundador, que estava presente a êste
colóquio, disse:
“Eis o teu fruto! Uma das tuas filhas que toma o meu Sangue das
sagradas aberturas para o dar às almas e aplacar a minha Justiça.”
A nossa Irmã, devorada pelo amor de Deus, aproveitou esta ocasião para
pedir ao nosso Bemaventurado Pai que lhe obtivessse a graça de ir em breve para
a Pátria, gozar do soberano Bem. Mas êle respondeu-lhe:
“Minha filha, é preciso que cumpras a tua tarefa!...”
“Ninguém pode entrar no Céu sem ter cumprido a sua missão no mundo. -
Se tu morresses já, vendo que a tua tarefa não estava completa, desejarias
voltar à terra para a terminar, considerando a glória prestada ao divino Mestre
e como aplacas a Justiça de Deus tam fortemente irritada... - Estou bem
contente com a glória que vós me dais também a mim, invocando as Santas
Chagas.”
Dêste modo, a Irmã Maria Marta era constantemente sustentada, animada
na “sua tarefa”, segundo a expressão que incessantemente lhe vinha aos lábios.
Esta tarefa, como vimos, era, em primeiro lugar, oferecer, contìnuamente, os
méritos das Santas Chagas de N. S. J. C. pelas necessidades da Igreja militante
e padecente. Era depois trabalhar por renovar, tanto quanto possível, esta
salutar devoção no mundo inteiro. A primeira parte referia-se a ela
pessoalmente: Nosso Senhor a tinha estimulado a isso levando-a a fazer
promessas solenes, já antigas e redigidas pela mão da sua Superiora:
“Eu, Irmã Maria Marta Chambon, prometo a N. S. J. C. oferecer-me todas
as manhãs a Deus Pai, em união com as divinas Chagas de Jesus Crucificado, pela
salvação do mundo inteiro e para o bem e perfeição da minha Comunidade. -
Adorá-lO-hei em todos os corações que O recebam na Santa Eucaristia...
Agradecer-lhe-hei por se dignar vir a tantos corações tam pouco preparados...
Prometo a Nosso Senhor oferecer, de dez em dez minutos, com o auxílio da sua
graça e em espírito de penitência as divinas Chagas do seu Sagrado Corpo ao Pai
Eterno... unir todas as minhas acções às suas Santas Chagas, segundo as
intenções do seu adorável Coração, pelo triunfo da Santa Igreja, pelos
pecadores e pelas almas do Purgatório, por todas as necessidades da minha
Comunidade, do Noviciado, do Pensionado e em expiação de todas as faltas que
nêles se cometem... Tudo isto por amor, sem obrigar a pecado.”
A invocação:
“Padre Eterno, eu vos ofereço as Chagas de N. S. J. C. para curar as
das nossas almas, é a fórmula desta oferta...”
A Irmã Maria Marta tinha prometido fazê-lo “de dez em dez minutos”, mas
não se passava um momento no dia, sem que a sua boca a renovasse, juntando-lhe
a segunda invocação:
“Meu Jesus, perdão e misericórdia, pelos méritos das Vossas Santas
Chagas.”
A existência da nossa querida Irmã tornou-se assim uma
oração ininterruta. A união com Deus e um silencioso recolhimento, sempre se
liam na sua fisionomia. Ao vê-la com os olhos quási sempre
fechados e os lábios murmurando incessantemente uma oração, ficava-se comovido.
Sobretudo no Côro, perdia-se verdadeiramente nAquele que se dignava
mostrar-se aos olhos da sua alma como um Pai e um Amigo.
* * *
Quanto à segunda parte da “tarefa” - a de despertar nas almas a devoção
às Santas Chagas - não dependia só da generosidade heróica da Irmã Maria
Marta... N. S. tinha o cuidado de lhe fazer entrever a extensão das
dificuldades:
“O teu caminho é tornar-me conhecido e amado pelas minhas Chagas,
sobretudo no futuro.”
“Será preciso muito tempo para estabelecer esta devoção.”
O véu do futuro parece ter sido levantado parcialmente diante do olhar
da Irmã Maria Marta numa espécie de visão, cuja obscuridade a muito respeitável
Madre Teresa Eugénia Revel deplora, com um sensível pesar:
“Nao pudémos saber ao certo o fim desta visão e a sua significação.” (1).
(1) No dia 29 de Agôsto de 1868, uma obra
começada em 1843 proseguia em Lyon com grande progresso. Foi elevada à classe
de Arquiconfraria em 1875. E' a Arquiconfraria das Cinco Chagas, cuja sede era
Rue de l'Enfance, 65, Lyon.
Sem entrarmos nas particularidades desta narração, sem procurar uma interpretação que só podia
ser pessoal e, indubitàvelmente, fantasiada, apontamos simplesmente os factos
reais: A Irmã Maria Marta tinha, com o auxílio das suas Superioras, introduzido
a devoção às Santas Chagas na Comunidade - era o primeiro passo -. Numerosos
Mosteiros seguiram êste exemplo e adoptaram esta devoção - segundo passo
-. A concessão de 300 dias de indulgências em favor de todos os
Mosteiros da Visitação do mundo, era o terceiro passo. O quarto passo data da
publicação desta Brochura e prosegue magnìficamente.
A leitura das graças concedidas à nossa Irmã, a benéfica influência das palavras de
Jesus com respeito à sua santa e amorosa Paixão, o zêlo das almas
religiosas e de tantos corações dedicados, a extensão das
indulgências a todos os fiéis, os grandes alentos
recebidos... provocaram uma renovação de amor para com o divino Crucificado,
enquanto através de todo o mundo se multiplicam as confiadas invocações as Santas Chagas.
Ultimos anos e morte da Irmã Maria Marta
O fim dêste Opúsculo era simplesmente tornar conhecido um resumo do
plano divino na vida da Irmã Maria Marta, expondo a sua missão, a “sua taarefa”
de depositária e apóstola das Santas Chagas. Mas isto não é senão um pequeno
esbôço da sua vida interior. Faltava-nos falar da Santa Infância e da
convivência tam íntima, tam graciosa, que existia entre “esta alma inrantil” tam
pura e tam simples, e o celeste Amigo dos pequeninos e das Virgens. Faltava-nos
dizer o amor do seu coração - despojado de todo outro amor - a Jesus
Sacramentado. Faltava-nos mostrar como êste comércio constante e tam intimo com
Jesus-Crucificado e Jesus-Menino, a levava naturalmente, e como
instintivamente, às grandes e só1idas devoções: a mostrar, por exemplo, a sua
devoção para com a Santíssima Trindade, com as coisas extraordinárias (por não
ousarmos dizer miraculosas) que foram, mais que uma vez, a sua recompensa;
pintar a sua terna devoção para com Maria, que ela tomou por sua Mãe com toda a
fôrça de expressão e que - mostrando-se verdadeiramente Mãe - vinha completar
as lições de Jesus e corrigir maternalmente a sua filha, quando era preciso.
Faltava-nos enfim inumerar as suas mortificações, - descrever os seus
êxtases... Ler-se-hão todas essas coisas, detalhadamente, “na vida da Irmã
Maria Marta” que, se Deus o permitir, será publicada ...
* * *
As graças e as comunicações divinas enchem verdadeiramente todos os
instantes desta vida excepcional- durante vinte anos! - isto é, até à morte da
muito respeitável Madre Teresa Eugénia Revel (30 de Dezembro de 1887).
Muito tempo antes, Jesus, mostrando à Irmã Maria Marta as duas Madres
que conheciam o segrêdo de todas as suas graças, tinha-lhe feito esta pregunta:
“Não estarias pronta a fazer-me o sacrifício delas?...”
E esta alma desprendida de tudo que não fôsse Jesus, tinha aderido -
com uma reserva apenas: - a de nao aparecerem mais os favores de que Ele a
cumulava... que tudo ficaria bem oculto sòmente entre os dois: Jesus prometeu e
cumpriu.
Depois da morte da nossa boa Mãe Teresa Eugénia, Jesus cobriu com um
véu, cada vez mais espêsso, aquela que Ele tinha resolvido conservar oculta até
à morte. Deus permitiu - por meio de uma série de circunstâncias - que seria
longo referir, que as Superioras que sucedessem não tivessem senão um
conhecimento muito vago das graças recebidas porque os cadernos que continham a
narração de tudo foram guardados por outras mãos enquanto ela viveu.
Durante os vinte últimos anos, isto é, até à sua morte, nada se revelou
exteriormente dessas graças maravilhosas - nada - senão as longas horas que a
nossa Irmã Maria Marta passava junto do SS.mo Sacramento, imóvel, insensível,
como em êxtase!... E ninguém ousava interrogá-la sôbre o que se passava nestes
benditos instantes, entre a sua alma arrebatada e o Hóspede divino do
Tabernáculo. Esta cadeia contínua de orações, de trabalho e de mortificação...
êste silencio, êste apagamento absoluto, parece-nos uma prova a mais - e não
das menos convincentes - da verdade dos favores inauditos com que ela foi
favorecida. Uma alma de humildade suspeita, ou mesmo vulgar, procuraria chamar
a atenção e vangloriar-se-ia da obra que Jesus operava nela... mas a Irmã Maria
Marta nunca!... Submergia-se com delícias na sombra da vida comum e
escondida... Mas, como o grão da mostarda lançado à terra, a devoção as Santas
Chagas germinava nos corações.
* * *
Durante a última noite de Natal que a nossa Irmã passou na terra, Jesus
- como presumimos - tinha-a advertido da sua próxima partida dêste mundo, e, ao
mesmo tempo, dos sofrimentos que ainda lhe queria pedir. Uma Irmã que estava
junto dela, durante a Missa da meia noite, ouviu-a exclamar com angústia:
“O' meu Jesus, isso não!... tudo, sim tudo, menos isso!...”
Êsse “isso” devia ser a penosa e dolorosa doença... Êsse “isso” devia
ser sobretudo o abandôno interior, a ausência do Bem-Amado!... Ela, habituada à
sua querida presença, à sua conversação quotidiana, não podia - sem se lhe
despedaçar o coração - aceitar essa privação.
Desde êsse dia notava-se uma tristeza profunda impressa na sua
fisionomia. Atacada duma forte constipação, à qual se juntaram diversas
complicações muito graves, recebeu a Extrema-Unção com alegria, no dia 13 de
Fevereiro de 1907.
Restava-lhe ainda subir um doloroso Calvário: cinco semanas de supremas
purificações durante as quais o seu Salvador a identificou, mais que nunca,
consigo, para a tornar mais semelhante a si, nas agonias físicas e morais da
sua Paixão.
Já a tinha prevenido com antecipação:
“O mal que te fará morrer saïrá das minhas Chagas.”
Sentíamos que havia alguma coisa de misterioso neste último combate da
natureza... No dia 21 de Março, após uma noite de terríveis sofrimentos,
seguiu-se uma grande calma, um grande silencio... Toda a Comunidade cercava a
moribunda, recitando milhares de vezes, as queridas invocações às Santas
Chagas. Finalmente, às oito horas da noite, nas primeiras Vésperas das suas
Dôres, Maria veio buscar a sua filha a quem tinha ensinado a amar Jesús!... E o
Espôso recebia para sempre na Ferida do seu Coração Sagrado, a espôsa que tinha
escolhido para sua Vítima bem-amada na terra para sua Confidente e a Apóstola
das suas Santas Chagas.
Deus seja bendito!
Palavra final do Mosteiro de Chambéry
Quando, pelos fins de Dezembro de 1923, os acontecimentos nos levaram a
publicar estas páginas, pensávamos que elas não saïríam do recinto familiar dos
nossos Mosteiros e que bastaria imprimir algumas centenas de exemplares. Porém,
sem falar das traduções em diversas línguas, perto de dez mil exemplares foram
distribuídos em seis meses. E não cessando de afluír os pedidos, fez-se uma
quarta edição, atingindo-se com ela o número de trinta mil exemplares.
Eis agora a quinta edição, e são já sessenta mil exemplares.
Damos graças a Deus por esta difusão tam rápida quanto imprevista, o
que é para nós uma prova de que Nosso Senhor abençoou esta obra empreendida
para glória das suas Sagradas Chagas e que êste livrinho - atraíndo as almas a
essas Fontes de Salvação - satisfaz em muitas pessoas uma necessidade do
coração.
E de facto, chegam-nos de todos os pontos do mundo comovidos
agradecimentos das almas piedosas, as quais encontram na devoção às Santas
Chagas um estímulo ao seu amor generoso; - almas amarguradas ou desamparadas,
recolhem, por assim dizer, dos próprios lábios de Jesus padecente, a palavra
que levanta e guia, tranquïliza e consola.
Os Sacerdotes manifestam a sua alegria vendo os fiéis voltarem-se para
Aquele que “levantado na Cruz, atrai tudo a si!”
Um facto parece sobresair muito especialmente nesta correspondência: é
o cumprimento das promessas de N. S. J. C. em favor dos pecadores:
“A cada palavra que pronunciais do Terço da misericórdia, deixo cair
uma gôta do meu Sangue sôbre a alma dum pecador.”
Muitas cartas assinalam “graças obtidas”. Que nos seja permitido
escolher, entre muitas outras, dois traços, dos quais temos testemunhos
imediatos.
O Sr. ..... acabava de cair gravemente doente. Nao tinha ninguém para o
rodear de cuidados neste momento crítico. Caritativos vizinhos acudiram a pedir
em seu favor as Irmãs de caridade. Todas estavam cheias de trabalho, contudo,
uma delas, posta ao corrente desta situação, ofereceu-se para êste apostolado.
Logo na primeira noite, notou a iminência do perigo... assim como as
disposições lamentáveis do moribundo.
O Sr. .... vivia, há muito tempo, longe de toda a prática religiosa.
Seu filho conhecia tam bem os seus sentimentos que, às solicitações da
Religiosa, deu a resposta seguinte:
“E' impossível pensar em mandar vir um Padre. Êle já veio, meu Pai
recebeu-o cortezmente, mas não quís confessar-se... Eu quero, declarou-me êle,
um entêrro pela Igreja; mas quanto ao resto não me faleis, é inútil!... E
sobretudo, que não venha aqui nenhum Padre!...”
Passaram-se três dias de angústia, durante os quais a dedicada Irmã,
que tinha tomado a peito salvar a alma do seu doente, não cessava de repetir, a
meia voz, ao mesmo tempo que lhe prodigalizava os seus cuidados, as invocações
às Santas Chagas:
“Meu Jesus, perdão e misericórdia, pelos méritos...”
Depois dêstes três dias, a pedido da Religiosa, o filho fez uma nova
tentativa. Sem a menor hesitação, o Padre é aceite! A partir dêste momento,
assiste-se a uma verdadeira transformação. Até ali, taciturno e sombrio, o Sr.
..... , começa agora a unir-se às invocações. Por vezes ainda, a fôrça do
costume e da dôr, arrancam-lhe palavras ímpias.
“E' preciso não falar assim, sugere-lhe a Irmã; quando sofreis, dizei:
Meu Jesus, perdão e misericórdia...”
E êle, com uma comovedora boa vontade, detem-se no meio duma blasfêmia:
“Ah! eu não devo mais dizer isto!... Mas sim: Meu Jesus, perdão e
misericórdia pelos méritos das Vossas Santas Chagas.”
De tempos a tempos dirige-se à sua enfermeira:
“Minha Irmã, orai mim, porque tenho muito que expiar.”
Êle mesmo não cessa de orar...
Eis que chega a morte, mas uma morte que, sem dúvida lhe abriu o Céu:
“Não haverá morte para a alma que expirar nas minhas Chagas; elas dão a
verdadeira vida.”
Um outro facto não menos notável e consolador é-nos comunicado de
Londres. Não fazemos mais que traduzir a carta recebida:
“Um amigo dum Rev.o P. Passionista, a quem eu tinha dado um
folheto das Santas Chagas, mostrou-o a êsse Padre, que prègava uma Missão no
norte da Inglaterra.
“Havia ali um vélho que não recebia os Sacramentos há 40 anos...
“Nenhum Padre podia mover o seu coração e o Rev.o P.
Passionista também não conseguia nada. Uma noite êste bom Padre pediu a todos
os seus paroquianos que se unissem a êle na recitação do Rosário das Santas
Chagas pelos pecadores da paróquia tomando, em particular, uma intenção
especial pelo seu vélho pecador.
“Logo na manhã seguinte a essa noite de oração, o querido vélho veio
por si-mesmo apresentar-se na igreja, pedindo para se confessar. Seguiu depois
todos os exercícios do retiro.
“Não é maravilhosa esta resposta tam rápida e tam completa à oração?
“E não é isto um triunfo magnífico das Santas Chagas?...”
D. S. B.
............................................
V. + J.
Rosário das Santas Chagas de N. S. J. C. ou da Misericórdia (l)
(1) Pode-se rezar sòmente um têrço... uma
dezena...
Pode-se começar pela seguinte oração:
“O' Jesus, Divino Redentor, sêde misericordioso para connôsco e para
com o mundo inteiro. - R. Amen.”
“Deus Forte, Deus Santo, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo
inteiro. - R. Amen.”
“Graça, misericórdia meu Jesus, durante os perigos presentes: cobri-nos
com o vosso sangue precioso. - R. Amen.”
“Padre Eterno, misericórdia pelo Sangue de Jesus Cristo, vosso Filho
único. Tende misericórdia de nós, nós vo-lo suplicamos. - R. Amen, Amen, Amen.”
Sôbre as contas pequenas:
“Meu Jesus, perdão, misericórdia. - R. Pelos méritos das vossas Santas
Chagas.” (300 dias de indulgência cada vez).
Sôbre as contas grandes:
“Padre Eterno, eu vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. -
R. Para curar as chagas das nossas almas.” (300 dias de indulgência cada
vez.-S. S. Pio XI. - Sagrada Penitenciária, 16 de Janeiro de 1924).
Ao terminar diz-se três vezes: “Padre Eterno, eu vos ofereço as Chagas,
etc.”
Uma humilde Conversa, Irmã Maria Marta Chambon,
falecida em odor de santidade no Mosteiro da Visitação de Chambéry (21 de Março
de 1907), assegurava ter-lhe Nosso Senhor ensinado estas duas invocações.
Ela declarava ter recebido dÊle uma dupla “missão”: a de invocar
constantemente as Santas Chagas e a de avivar no mundo esta devoção.
Nosso Senhor comprazia-se em prepará-la para a sua missão, fazendo-lhe
quási todos os dias como um “Catecismo das Santas Chagas”, catecismo que ela
devia repetir à sua Superiora.
Eis alguns dêsses ensinamentos:
A devoção às Santas Chagas tem os mais sólidos fundamentos: os merecimentos
infinitos do Salvador.
“Minha filha, reconheces o tesouro do mundo?”
“Quando ofereceis a meu Pai as minhas Divinas Chagas, ganhais uma
fortuna imensa.”
“Não queirais ficar pobres... A vossa riqueza? E' a minha Santa Paixão.
- Êsse tesouro pertenece-vos.”
“Meu Pai compraz-se no oferecimento das minhas Santas Chagas...
oferecê-las é oferecer-lhe a sua glória, é oferecer o Céu ao Céu!”
“As minhas Santas Chagas susteem o mundo.”
A esta devoção dignou-se Nosso Senhor fazer as mais animadoras
promessas.
“ Concederei tudo quanto me pedirem pela
invocação das minhas Santas Chagas. E' preciso propagar esta devoção.”
“Obtereis tudo, porque é pelo merecimento do meu Sangue que é de um
preço infinito.”
“Com as minhas Chagas e o meu divino Coração, podeis alcançar tudo.”
“Das minhas Chagas saem frutos de santidade.”
“As minhas Chagas repararão as vossas.”
Esta devoção tem preciosas vantagens para a vida quotidiana.
“Em qualquer desgôsto, qualquer sofrimento,
recorrei logo às minhas Chagas que a dôr será suavizada.”
“Oferece-me as tuas acções... unidas às minhas Santas Chagas, onde há
riquezas incompreensíveis mesmo nas mais pequenas.”
Deve-se recorrer às Santas Chagas em favor dos doentes.
“Deve-se repetir com freqüência junto dos doentes esta aspiração: Meu Jesus, perdão e misericórdia pelos méritos das vossas Santas Chagas!”
“Esta oração aliviará a alma e o corpo.”
Em favor dos agonizantes:
“Deve-se morrer com os lábios colados a
estas Sagradas Feridas.”
“Não haverá morte para a alma que exalar o último suspiro nas minhas
Chagas; elas dão a verdadeira vida.”
“O caminho das minhas Chagas é tam simples, tam fácil para chegar ao
Céu!...”
Em favor dos pecadores:
“As minhas Chagas apagarão todas as vossas
faltas.”
“Oferece-me muitas vezes pelos pecadores, porque eu tenho fome das
almas.”
“O pecador que disser a oração seguinte: - Padre Eterno, eu vos ofereço
as Chagas de N. S. J. C. para curar as chagas das nossas almas - alcançará a
sua conversão.”
“A cada palavra que pronunciardes do Têrço da Misericórdia, eu deixo
caír uma gôta do meu Sangue sôbre a alma dum pecador.”
“Êste Têrço da Misericórdia faz contrapêso à minha Justiça, suspende a
minha vingança.”
Em favor das Almas do Purgatório:
“O beneficio das Santas Chagas faz descer
as graças do Céu, e subir ao Céu as Almas do Purgatório.”
“As Santas Chagas são o tesouro dos tesouros para as Almas do
Purgatório.”
Em favor da Igreja:
“Minha filha, é preciso desempenhares-te
bem da tua missão, que é de oferecer as minhas divinas Chagas a meu Eterno Pai,
porque daí deve vir o triunfo da Igreja, o qual passará pela minha Mãe
Imaculada.”
“E' necessário que recorras sem cessar a estas Fontes para o triunfo da
minha Igreja.” (O que não significa o triunfo material.)
“Uma alma que, durante a sua vida, tiver
honrado as Chagas de N. S. J. C. e as tiver oferecido ao Pai Eterno pelas Almas
do Purgatório, será acompanhada no momento da morte pela Santíssima Virgem e
pelos Anjos, e Nosso Senhor na Cruz, resplandecente de glória a receberá e lhe
dará a corôa eterna.”
A Santíssima Virgem aparecendo um dia sob a figura de Nossa Senhora das
Dôres, com Jesus nos braços, disse à feliz privilegiada: - “Minha filha, a
primeira vez que contemplei as Chagas do meu querido Filho foi na ocasião que
depuzeram o seu Santíssimo Corpo nos meus braços.”
“Meditei as suas dôres e procurei fazê-las passar ao meu coração...
Contemplei os seus Pés divinos um depois do outro... depois o seu Coração, onde
vi essa grande Ferida, a mais profunda para o meu coração de Mãe... contemplei
a Mão esquerda, depois a direita e em seguida a Corôa de espinhos. - Todas
estas Chagas me dilaceravam o coração!... Eis a minha Paixão!... Tenho sete
espadas no meu coração, e é pelo meu coração que se deve honrar as Sagradas
Chagas do meu divino Filho!...”
(Extraído da brochura: María Marta Chambon)
D. S. B.
IMPRIMATUR:
Chambéry, 15 de Maio de 1926.
+ DOMINIQUE CASTELLAN,
Arcebispo de Chambéry.
+ EMMANUEL M.a,
Episcopus Tudensis.
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Desde o dia 7 de fevereiro de 1991, há 21 anos, Nosso Senhor Jesus Cristo, Maria Santíssima, São José , o Divino Espírito Santo, os Anjos e os Santos, vem aparecendo diariamente em Jacareí, São Paulo, Brasil, às 18:30hs (hora de Brasília). Ela se apresenta como Rainha e Mensageira da Paz e faz um último apelo à conversão, através de um jovem: Marcos Tadeu, que no início das Aparições tinha 13 anos apenas. São as mais intensas Aparições da história de nosso país, e Maria Santíssima diz que são as últimas Aparições para a Humanidade. A Mãe de Deus pediu que fosse feita todos os dias, às oito horas da noite, a Santa Hora da Paz a fim de que as famílias se convertam e o mundo tenha Paz. Ela prometeu a Sua proteção às famílias que a fizerem todos os dias. Nossa Senhora diz que as Aparições de Jacareí e a de Medjugorje (ex-Iugoslavia) são a continuação e a CONCLUSÃO de Fátima.